Joe Biden começa a se mostrar 'mais receptivo' a ouvir apelos para desistir da reeleição, diz jornal


Presidente ainda não concorda com a ideia de deixar a disputa, mas passou a ouvir argumentos, segundo o ‘The New York Times’. Pressão aumentou após desempenho ruim em debate, gafes e atentado a Trump. Presidente dos EUA Joe Biden em igreja da Philadelphia, na Pennsylvania, em 7 de julho de 2024.
Nathan Howard/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está “mais receptivo” a ouvir apelos para desistir da campanha de reeleição, informou o jornal “The New York Times na madrugada desta quinta-feira (18). Fontes do Partido Democrata afirmaram que lideranças tiveram conversas particulares com Biden.
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Apesar de se mostrar mais receptivo, as fontes afirmaram que Biden ainda não deu nenhum indicativo de que possa deixar a disputa. As eleições estão marcadas para novembro. Ao contrário de Donald Trump, o presidente ainda não foi oficializado candidato pelo partido em convenção.
Segundo o jornal, uma pessoa próxima ao presidente disse que é errado dizer que ele está tendendo a ser convencido de desistir, mas que o democrata está disposto a ouvir argumentos.
Biden poderia estar assumindo uma postura diferente da que adotou os últimos dias. No início de julho, por exemplo, ele enviou uma carta a deputados para responder os pedidos de desistência, dizendo que era “hora de acabar com isso”.
Na quinta-feira (17), Biden recebeu o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries. Os dois são os principais líderes democratas no Congresso. Ambos demonstraram ao presidente preocupação com a campanha.
A Casa Branca chegou a comentar a repercussão do encontro com os líderes democratas. Segundo um porta-voz do governo, Biden disse aos congressistas que “é o nomeado do partido e planeja vencer”.
Além disso, a rede americana CNN afirmou que Biden também conversou recentemente com Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA. Na conversa, Pelosi disse a Biden que ele poderia destruir as chances de os democratas serem maioria na Câmara.
De acordo com a reportagem, Pelosi afirmou ainda que as pesquisas indicam que Biden não pode derrotar Trump. O presidente, por outro lado, adotou uma postura mais defensiva e disse que alguns levantamentos o colocavam como favorito na disputa.
Em entrevistas e falas recentes, Biden chegou a levantar três hipóteses para a desistência. São elas:
intervenção divina;
se o time dele disser que ele não pode vencer;
recomendação médica por condição séria de saúde.
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Adiantamento de nomeação e pressão
Os democratas planejam adiantar a oficialização da candidatura de Biden à Casa Branca por meio de uma votação virtual. O evento deve acontecer na primeira semana de agosto, segundo uma carta obtida pela Associated Press nesta quarta-feira.
A movimentação ocorre após a oficialização de Donald Trump como candidato republicano à Casa Branca.
Caso isso aconteça, a nomeação de Biden ocorrerá antes do previsto. Normalmente, a formalização é feita somente durante a Convenção Nacional Democrata — marcada para começar no dia 19 de agosto.
Ao mesmo tempo, uma nova pesquisa indica que quase dois terços dos eleitores democratas (65%) querem que Biden desista da candidatura. A consulta foi realizada pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos AP-NORC. A maioria das entrevistas foi realizada antes do atentado contra Trump.
Apesar do aumento da pressão para que Biden desista de concorrer à reeleição, a pesquisa de intenção de voto mais recente realizada pela Ipsos indica que Trump e Biden estão empatados tecnicamente, com 43% e 41%, respectivamente.
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