Israel adotou a medida após presidente comparar ação em Gaza ao Holocausto. Já outros interlocutores avaliam que fala foi uma ‘escorregada’ pois ‘nada se compara’ ao genocídio de judeus, e que favorece governo de Benjamin Netanyahu. Ex-chanceler Celso Amorim é assessor especial da Presidência no governo Lula.
AGÊNCIA BRASIL
O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, classificou como absurda a decisão de Israel de declarar Lula “persona non grata” após o presidente comparar as mortes de palestinos em Gaza ao Holocausto.
“Isso é coisa absurda. Só aumenta o Isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse Amorim ao blog nesta segunda-feira (19), ressaltando que se trata de uma opinião pessoal por ainda não ter falado com Lula.
O blog ouviu também assessores do Planalto, fontes do Itamaraty e integrantes do PT. Fontes disseram que o presidente está certo em criticar mortes de palestinos, mas que declaração foi ‘falta de freio’ e que “nada é comparável ao Holocausto”.
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Parte dos assessores considera a fala um erro do jeito que foi feita. Uma das fontes ouvidas pelo blog diz acreditar que a declaração deu munição para Israel inverter a equação e tirar a pressão sobre a operação em Gaza. “Pode anotar, agora que Lula falou, outros líderes também vão falar”, disse a fonte.
Já uma fonte do Itamaraty disse ao blog que “Israel declarar Lula ‘persona non grata’ é inaceitável” e que Netanyahu estaria querendo tirar o foco da campanha de Rafah e unificar a sociedade israelense, que está – segundo a fonte – “profundamente dividida”.
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