Israel diz que pode levar o Líbano à 'Idade da Pedra' em meio a atrito com o Hezbollah


Ministro da Defesa, porém, afirmou que não quer guerra com o país vizinho. As partes intensificaram a troca de agressões desde o ataque terrorista do Hamas a Israel, em 7 de outubro, que desencadeou guerra em Gaza. Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallan, durante visita a Washington em 26 de junho de 2024
Kevin Lamarque/Reuters
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou na quarta-feira (26), durante uma visita a Washington, que seu país não quer uma guerra no Líbano, mas que pode levar este país de volta à “Idade da Pedra” em caso de fracasso da diplomacia.
“Não queremos entrar em uma guerra porque não é bom para Israel. Temos a capacidade de levar o Líbano de volta à Idade da Pedra, mas não queremos fazê-lo”, declarou o ministro no último dia da sua viagem aos Estados Unidos.
“Não queremos guerra, mas estamos nos preparando para qualquer cenário”, disse. “O Hezbollah entende muito bem que podemos infligir grandes danos ao Líbano se uma guerra começar”.
Bombeiro israelense trabalha para apagar chamas provocadas por ataque do Hezbollah perto de Ramot Naftali, comunidade próxima da fronteira com o Líbano, em 4 de junho de 2024
Ariel Schalit/AP Photo
Gallant acrescentou que Israel matou mais de 400 integrantes do movimento, apoiado pelo Irã, nos últimos meses.
Ameaças de escalada do conflito
O temor de uma guerra total no Líbano aumentou nas últimas semanas com a intensificação das trocas de tiros entre Israel e o Hezbollah.
As partes intensificaram a troca de agressões desde que o ataque terrorista de 7 de outubro do Hamas no sul de Israel desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
O ministro israelense da Defesa destacou, durante a viagem a Washington, que obteve “avanços significativos” sobre o envio de armas dos Estados Unidos para Israel, para a campanha militar no território palestino, já devastado pela guerra.
Gallant relatou progressos em “vários temas”, incluindo o fortalecimento das forças e o fornecimento de munições. “Os obstáculos foram eliminados”, disse.
Apoiadores entoam gritos de guerra durante funeral de líder do Hezbollah Hajj Abu Taleb, morto em ataque israelense em Beirute, no Líbano, em 12 de junho de 2024
Bilal Hussein/AP Photo
“Gostaria de agradecer à administração e ao público americano pelo seu apoio contínuo ao Estado de Israel”, disse ele, após se reunir com Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden.
Durante sua estadia na capital dos Estados Unidos, Gallant também se encontrou com o secretário de Estado Antony Blinken e com o secretário de Defesa Lloyd Austin.
Crise das armas
Nos últimos dias, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou publicamente o governo dos Estados Unidos de atrasar a entrega de armas a Israel.
Washington insistiu que apenas um envio de bombas foi adiado devido ao temor de que fossem utilizadas em áreas residenciais, e que as demais entregas seguem conforme o planejado.
Gallant não forneceu mais detalhes sobre os avanços alcançados, nem esclareceu se o governo Biden concordou em acelerar o envio de armas.

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