Investigados cogitaram comprar avião para contrabandear mercúrio para o Brasil | …

Investigações da Polícia Federal apontaram que Arnoldo Veggi, citado como um dos líderes do esquema de compra irregular de mercúrio, e Thiago Mendonça de Campos, o “Thiago Mídia”, cogitaram comprar um avião para contrabandear a matéria-prima do México, da Guatemala e da Bolívia para o Brasil. Depois de levantar a hipótese, os investigados chegaram a pesquisar a aeronaves e calcularam que, em um ano, conseguiriam quitar a aquisição.

As informações foram retiradas de conversas interceptadas e transcritas em um relatório pela PF, na representação feita à juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira, da Primeira Vara Federal de Campinas. As investigações resultaram na Operação Hermes II, deflagrada no dia 8 de novembro.

Reprodução/Inquérito

Investigados cogitaram comprar avi�o para contrabandear merc�rio

Thiago Mídia é apontado como um dos mais importantes interlocutores de Arnoldo. A Polícia suspeita que ele era um dos principais parceiros de Arnoldo nas atividades relacionadas à comercialização de mercúrio ilegal. Inclusive, era muito comum o encontro entre ambos, segundo relatório dos investigadores.

Em 30 de junho, de 2022, Thiago pergunta para Arnoldo se fica muito caro pra trazer mercúrio clandestino do México para o Brasil utilizando um avião particular. Arnoldo responde que estava tentando arranjar um avião para mandar, mas ninguém aceitava.

“Cara, nós ir (sic) de avião não é muito caro, não, uns R$ 4,5, mas eu queria também arranjar um avião, pra mandar de avião, mas ninguém aceita. Eu acho que, pra mim, compensa, porque o avião não vai ser tão caro assim pro preço que é”, diz trecho da conversa entre os parceiros.

A conversa sobre o avião continua e eles discutem sobre o peso do material, autonomia do avião, burocracia para trazer o mercúrio e outros detalhes da operação.

Reprodução/Inquérito

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Na sequência, Arnoldo e Thiago começam a pesquisar o melhor modelo de avião executivo a ser comprado para trazer mercúrio ilegal do México, da Guatemala e da Bolívia. A conversa e os modelos pesquisados foram anexados ao inquérito de mais de 3.300 páginas.

Em seguida, Arnoldo faz os cálculos da quantidade de mercúrio a ser transportada para pagar a aquisição da aeronave:

“Vou fazer um cálculo rapidão pra você ver como que esse negócio se paga rápido: se a gente conseguir colocar 30 garrafas num voo, cara, nós vamos ter aí, tipo, vai chegar pra nós lá, paga 25%. Se pagar R$ 100,00 o quilo, 100 dólar o quilo, vai pra 125. Tá dado. Aí o custo, num sei quanto que é o custo do voo, vamos chutar que o custo do voo é 10.000 dólar no máximo. Dá 500 dólar por garrafa, nem isso. 300 e poucos dólar por garrafa. Cara, olha a margem, você ter um produz o pronto por 130 dólar (sic)”, diz trecho do relatório.

Na sequência, Arnoldo faz uma previsão ousada: “Eu não dou 1 ano para um avião desse estar pago”, previu.

De acordo com a conversa acima, segundo a Polícia Federal, apenas para quitar a compra do avião que transportaria o mercúrio irregular, seria necessário introduzir no território brasileiro cerca de seis toneladas do produto.

Operação Hermes (Hg) II

A segunda fase da operação deflagrada pela PF apura se as empresas investigadas estariam envolvidadas no esquema de contrabando de mercúrio para garimpo de ouro e tem o objetivo de apurar e reprimir crimes contra o meio ambiente, especialmente por meio do comércio e uso ilegal de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro.

Conforme a PF, a organização criminosa teria dado um prejuízo aos cofres públicos de R$ 5 bilhões. Para tentar amenizar o tamanho do rombo, a Justiça de Campinas (SP) determinou o sequestrou de aproximadamente R$ 3 bilhões. Ao todo, 29 mandados foram cumpridos em Mato Grosso.



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