Operação da PF deflagrada nesta quinta-feira (8) cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. A operação contra Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele foi destaque na imprensa internacional nesta quinta. Ex-presidente Jair Bolsonaro deixa sede da Polícia Federal em Brasília em 18/10/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino
A imprensa internacional repercutiu a operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (8) que teve com alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, em investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
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Ao todo, a PF cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. A operação abrange Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele. Há ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos. (Leia mais sobre a operação abaixo)
Jair Bolsonaro é alvo de operação da PF
New York Times, EUA
Reprodução de texto do ‘New York Times’ sobre operação da PF em 8 de fevereiro de 2024.
Reprodução
O jornal norte-americano “New York Times” disse que “Bolsonaro do Brasil supervisionou uma ampla conspiração para se manter no poder independentemente dos resultados das eleições de 2022, incluindo a edição pessoal de uma minuta para prender um ministro do Supremo Tribunal Federal, segundo acusações divulgadas na quinta-feira pela Polícia Federal brasileira”.
Le Monde, França
Reprodução de texto do ‘Le Monde’ sobre operação da PF em 8 de fevereiro de 2024.
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O jornal “Le Monde”, da França, destacou que “o ex-presidente Bolsonaro está proibido de deixar o país após ter sido alvo de uma vasta operação policial nesta quinta-feira”. O periódico francês ainda chamou Bolsonaro de “ex-presidente de extrema-direita”.
O ex-presidente Bolsonaro entregou o passaporte à PF e cumprirá ordem de não manter contato com nenhum dos investigados, seguindo medidas restritivas impostas a ele.
BBC, Reino Unido
Reprodução de texto da ‘BBC’ sobre operação da PF em 8 de fevereiro de 2024.
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A rede britânica BBC também citou que Bolsonaro precisou entregar o passaporte e que acusou a operação da Polícia Federal de ser politicamente motivada. Também destacou que a prisão de militares envolvidos com o ex-presidente e que “a polícia acusa Bolsonaro de liderar um plano fracassado para permanecer no poder após perder as eleições para Lula, seu rival de esquerda”.
El País, Espanha
Reprodução de texto do ‘El País’ sobre operação da PF em 8 de fevereiro de 2024.
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O jornal espanhol “El País” disse que “a polícia do Brasil acusa Bolsonaro e vários generais aposentados de golpismo”.
Afirmaram ainda que “a Polícia Federal do Brasil bateu à porta da casa de veraneio de Jair Bolsonaro pela segunda vez em duas semanas”, em alusão a uma operação de busca na casa de Carlos Bolsonaro, no final de janeiro, onde o ex-presidente também se encontrava.
Washington Post, EUA
Reprodução de texto do ‘Washington Post’ sobre operação da PF em 8 de fevereiro de 2024.
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O “Washington Post”, dos EUA, mencionou a fala de Lula à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, nesta quinta (8), em que o ex-presidente afirmou que “um levante em 8 de janeiro de 2023 na capital do Brasil por apoiadores de Bolsonaro que buscavam derrubá-lo não teria ocorrido sem o envolvimento do ex-presidente Bolsonaro”.
O jornal de Washington ainda lembrou que Bolsonaro falsificou sua vacinação contra a Covid em 2021, segundo investigação da Controladoria Geral da União (CGU).
Clarín, Argentina
Reprodução de texto do ‘Clarín’ sobre operação da PF em 8 de fevereiro de 2024.
Reprodução
O “Clarín”, da Argentina, destacou a prisão de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL) em Brasília, por posse ilegal de arma de fogo, no âmbito da operação da Polícia Federal. O veículo ainda diz que “Valdemar é investigado por colocar o partido que tem o maior bloco de deputados à disposição de supostos planos golpistas perpetrados pelo círculo de civis e militares aliados de Bolsonaro após as eleições de 2022”.
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Operação da Polícia Federal
Os mandados de busca e apreensão executados pela PF nesta quinta-feira (8) foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Há mandados sendo cumpridos em Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal, de acordo com a Polícia Federal.
Segundo a PF, a minuta golpista previa a prisão de Gilmar Mendes, ministro do STF, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE, e convocação de novas eleições. Bolsonaro teria feito pedido de alterações na minuta do golpe.
Segundo a investigação, Bolsonaro, ex-ministros e militares se dividiram em seis núcleos para tentar articular o golpe de Estado.
A Polícia Federal afirma ainda que apreendeu um vídeo em que Bolsonaro e auxiliares trocam falas golpistas e ex-presidente ordenou disseminação de fake news.
Também foram encontradas trocas de mensagens de texto que mostram o coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente, orientando manifestações e monitoramento de Moraes. Veja prints das conversas.
Quatro mandados de prisão foram expedidos e três foram presos nesta quinta:
Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, alvo do quarto mandado, ainda não foi detido porque está nos Estados Unidos. Após o pedido de prisão, o coronel teve seu passaporte apreendido, foi desligado do curso nos Estados Unidos e será trazido ao Brasil por um militar para ser entregue à PF.
Os mandados de busca e apreensão atingem:
Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares;
Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;
Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;
Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;
Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;
José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco;
Laércio Virgílio;
Mario Fernandes, comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral e era tido como homem de confiança de Bolsonaro;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército.
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