Um jato da Força Aérea dos Estados Unidos pilotado por inteligência artificial enfrentou com sucesso um caça pilotado por humano durante teste de combate aéreo, demonstrando toda a capacidade da tecnologia. O experimento foi realizado em 2023, mas só teve o resultado divulgado agora.
Conforme anunciou a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) na última quarta-feira (17), o sistema de IA capaz de pilotar autonomamente, treinado com os protocolos de segurança da Força Aérea, foi instalado na aeronave experimental X-62A. A ferramenta passou por várias simulações antes do teste real.
Na experiência que aconteceu em setembro passado, o caça pilotado por IA sobrevoou a Base Aérea de Edwards, na Califórnia, durante um “combate aéreo aproximado” contra outro caça F-16 que era conduzido por humano. As aeronaves chegaram a alcançar velocidades acima dos 3.000 km/h durante o evento.
O teste começou com manobras defensivas, que priorizaram a segurança, e passou para as ofensivas, quando os caças faziam cruzamentos de alta velocidade em uma distância de aproximadamente 600 m. Não sabemos se o avião militar pilotado por inteligência artificial venceu o duelo, uma vez que a DARPA não informou tal detalhe.
Testes com caça pilotado por IA continuam
A utilização de sistemas de IA com capacidade para pilotar caças começou a ser implementada pela DARPA em 2022, como parte do programa Air Combat Evolution (ACE). Desde então, a agência alcançou diversos avanços, com a realização bem-sucedida deste teste recente sendo bastante celebrada.
“O potencial para o combate ar-ar autónomo é imaginável há décadas, mas a realidade permaneceu um sonho distante até agora. Em 2023, o X-62A quebrou uma das barreiras mais significativas da aviação de combate. Este é um momento de transformação”, declarou o secretário da Força Aérea, Frank Kendall.
A agência informou que novos testes como este devem ser realizados ainda em 2024, em busca de aprimoramentos da tecnologia. Cabe ressaltar que pilotos humanos estavam a bordo do avião X-62A, por segurança, tendo autonomia para desativar a IA e assumir o controle da aeronave caso a tecnologia apresentasse comportamento inadequado.
Porém, não foi necessário desligar o sistema, com a inteligência artificial pilotando o caça durante todo o voo, conforme explicou a Força Aérea americana.