A afirmação foi feita pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro em à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, nesta terça-feira (26). Heleno diz que devolveu Rolex recebido em viagem de comitiva de Bolsonaro ao Oriente Médio
O general da reserva Augusto Heleno, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), afirmou que devolveu um relógio Rolex que recebeu como presente durante viagem de comitiva do ex-presidente ao Catar, em 2019.
A afirmação foi feita no depoimento de Heleno à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, nesta terça-feira (26), em resposta a questionamento da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
“O relógio estava comigo, tinha outros que receberam relógio, o Comitê de Ética da Presidência da República foi consultado sobre o que fazer com o relógio (…), e o que veio como decisão do Comitê de Ética da Presidência foi que era um presente personalíssimo, e que nós podíamos ficar com o relógio”, disse o ex-ministro.
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Em março de 2023, o Tribunal de Contas da União (TCU) notificou a Secretaria-Geral e a Comissão de Ética da Presidência da República sobre relógios de luxo recebidos pela comitiva que acompanhou o ex-presidente Bolsonaro ao Catar, em 2019. Entre os integrantes da comitiva, estava Heleno.
Na notificação, o ministro Antonio Anastasia escreveu que os itens recebidos pela comitiva estavam “em desacordo com o princípio da moralidade pública” e que “o recebimento de presentes de uso pessoal com elevado valor comercial extrapola os limites de razoabilidade” previstos na legislação.
Ex-ministro do GSI Augusto Heleno, em depoimento à CPI dos Atos Golpistas
Geraldo Magela/Agência Senado
Direito ao silêncio
O general Augusto Heleno foi convocado para depor à CPMI dos Atos Golpistas na condição de testemunha. Na segunda-feira (25), o ex-ministro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não fosse obrigado a comparecer à comissão. O pedido foi recusado pelo relator, Cristiano Zanin. No entanto, o ministro permitiu que Heleno não respondesse a perguntas.
Em seu depoimento, Heleno respondeu a algumas das perguntas feitas pelos parlamentares, mas silenciou, por exemplo, quando foi questionado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) se teria participado de reunião do hacker Walter Delgatti Neto com o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Veja abaixo:
Heleno silencia quando questionado se participou de reunião de Bolsonaro com hacker
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