Hamas envia delegação ao Egito para debater acordo de cessar-fogo


Conversas são nova tentativa para que o grupo terrorista e Israel consigam alcançar trégua. Nova rodada de negociações começará na segunda-feira (29) no Cairo, com participação também do Catar e dos EUA. Seis meses depois do início da guerra, grande parte de Gaza está em ruínas
Reuters
O Hamas anunciou neste domingo (28) que enviará uma delegação ao Cairo, no Egito, para uma nova tentativa de acordo com Israel para um cessar-fogo na Faixa de Gaza em troca da devolução de reféns ainda sob poder do grupo terrorista.
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A delegação vai discutir uma nova proposta que está sobre a mesa, segundo um membro do Hamas disse à agência de notícias Reuters. A proposta foi desenvolvida pelos mediadores do acordo — os governos do Catar, do Egito e dos Estados Unidos.
A decisão do Hamas de enviar a delegação indica que o grupo pode ter aceitado, ao menos parcialmente, uma contraproposta enviada por Israel na semana passada. No sábado (27), membros do grupo terrorista disseram que estavam estudando o texto proposto pelo governo israelense.
“O Hamas recebeu a resposta oficial da ocupação sionista à nossa posição que havia sido enviada aos mediadores egípcios e cataris em 13 de abril”, disse, em comunicado, o número dois da ala política do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya.
Inicialmente, os mediadores haviam proposto um cessar-fogo permanente que levaria ao fim gradativo da guerra. Em troca, o Hamas devolveria os cerca de 130 reféns ainda sob o poder do grupo.
As rodadas anteriores de negociações, que vêm sendo feitas desde o fim do ano passado, não conseguiram chegar a um acordo. O Hamas exige o fim permanente da guerra e a retirada das forças israelenses na Faixa de Gaza.
Já o governo israelense ofereceu um cessar-fogo temporário em troca de o Hamas libertar os cerca de 130 reféns, além de mais abertura para a entrada de ajuda humanitária. Mas Israel já afirmou que não encerrará as suas operações até que tenha alcançado o seu objetivo de destruir o Hamas.
O ministro das Relações Exteriores de Israel disse no sábado que, caso haja acordo, poderia suspender a incursão planejada em Rafah, a cidade no extremo sul de Israel para onde cerca de 1,5 milhão de palestinos — mais da metade da população total de Gaza — foram deslocados.
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Também neste domingo, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse em uma conferência em Riad, na Arábia Saudita, que somente os Estados Unidos poderiam impedir Israel de atacar a cidade fronteiriça de Rafah, em Gaza.
Ele apelou aos EUA que impeçam a invasão a Rafah.
“Apelamos aos Estados Unidos da América para que peçam a Israel que não continue o ataque em Rafah. A América é o único país capaz de impedir Israel de cometer este crime”, disse Abbas numa reunião especial do Fórum Econômico Mundial em Riad, na Arábia Saudita.
Abbas disse ainda que espera que o ataque aconteça já nos próximos dias.
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