Segundo interlocutores, Haddad e os deputados do Republicanos debateram a conjuntura política, trocaram elogios, mas não aprofundaram a conversa sobre cargos para o partido na estrutura de governo. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad durante o anuncio do Plano Safra 2023/2024 localizado no Palácio do Planalto nesta Terça (26).
Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Em meio às negociações do Planalto e Centrão por espaços no governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve nesta semana na casa do presidente nacional no do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira (SP).
Haddad participou de um jantar na última quarta-feira (12) com um petit comité: além dele e do anfitrião, estavam no encontro os deputados Hugo Motta, líder do Republicanos na Câmara, e Sylvio Costa Filho (PE), principal nome do partido para ocupar um posto na Esplanada dos Ministérios.
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O ministro da Fazenda vem assumindo cada vez mais a função de articulador do governo. Na terça (11), ele esteve em outro jantar, dessa vez na casa do deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB na Câmara. O lider do PSD na Casa, deputado Antônio Britto, também participou.
Republicanos cada vez mais perto do governo
Segundo interlocutores, Haddad e os deputados do Republicanos debateram a conjuntura política, trocaram elogios, mas não aprofundaram a conversa sobre cargos para o partido na estrutura de governo.
Sylvio Costa Filho tem uma ótima relação com Haddad e a equipe econômica como um todo. A ida dele para algum ministério é dada como certa por auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há uma avaliação do governo de que o Republicanos tem colaborado bastante nas votações, mais até do que partidos que possuem ministros no governo.
Marcos Pereira até admite que o Republicanos possa ter um ministro num futuro próximo, mas tem afirmado que não há possibilidade de o partido integrar formalmente a base do governo, ao contrário do que já aconteceu nos governos petistas do passado.
O receio é que esse movimento de aproximação com o governo provoque uma revolta na fração bolsonarista da sigla, que é bastante robusta. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, que é do Republicanos, já se opôs à participação do partido no governo.
Se algum quadro do Republicanos vier a ocupar um ministério, o argumento vai ser de que a escolha foi da cota pessoal de Lula ou que representa uma determinada ala da legenda, e não o partido como um todo.
Pereira quer disputar a presidência da Câmara no ano que vem e, obviamente, quer o apoio do PT, que tem a segunda maior bancada da Casa.
Nas negociações com o Planalto, o Republicanos demonstrou interesse no Ministério do Esporte, pasta que já foi chefiada pela sigla em gestões anteriores do PT.
Lula, no entanto, deu sinais de que pretende manter Ana Moser no ministério. Os dois tiveram uma reunião nessa semana. Após o encontro, Moser deu uma entrevista coletiva e afirmou que o presidente lhe deu uma série de incumbências para esse ano.
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