Grupo tinha informante na polícia e tentou frear investigações, diz relatório do MPE | …

Conversas encontradas no aparelho celular do ex-assessor-executivo Gilmar Cardoso, considerado  “braço direito” do prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB), indicam ele tinha acesso a informações privilegiadas sobre as operações policiais e alvos das investigações  sobre supostos esquemas de desvios na Saúde, que resultou no pedido de afastamento do gestor da Prefeitura de Cuiabá por seis meses. A investigação tem como base 17 operações policiais. Veja Abaixo

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Operações afastamento Emanuel MPE

 

As informações constam em um relatório produzido pelo Núcleo de Inteligência da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Em uma das conversas, Gilmar fala para a ex-secretária de Saúde, Suelen Danielen Alliend, já falecida,  que já sabia que o próximo alvo da operação policial seria o ex-secretário-adjunto da Saúde de Cuiabá, Milton Correa da Costa Neto.

“Já me falaram que a próxima vítima é o careca, talvez só busca e apreensão ou mandado preventivo”, disse Gilmar em conversa por aplicativo de mensagem.

O diálogo ocorreu cerca de dois meses antes de Milton ser alvo da 4ª fase da operação Curare, da Polícia Federal, em abril do ano passado, que investigou desvios nos cofres da Saúde de Cuiabá.

“Curioso é que as previsões de Gilmar sempre se consolidam e, no dia 20/04/2023, pouco mais de 2 meses após a conversa acima, a PF deflagra outra fase da Operação CURARE tendo como alvo principal o ex-Secretário do Município Milton Corrêa da Costa Neto. Há, portanto, alta probabilidade de Gilmar possuir informantes dentro do aparato policial”, diz trecho do relatório.

Tentativa de atrapalhar as investigações

Além da possibilidade de ter informantes dentro da Polícia Civil e da Polícia Federal, o relatório aponta ainda que Emanuel Pinheiro teria tentado aparelhar a Polícia Civil com o objetivo de frear as investigações policiais contra si próprio. Ele teria tido ajuda de um escrivão da Polícia Civil, identificado como R.O.M.M.

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Informante polícia afastamento Emanuel

Em diálogo obtido na investigação, Gilmar Cardoso indica conhecimento sobre os próximos passos da polícia em relação a supostos esquemas na Saúde 

No diálogo, o escrivão manifestou apoio a Emanuel e demonstrou ser homem confiança de um delegado, identificado como L.A.T., e que seria possível frear as investigações, caso houvesse uma troca de favores entre o delegado e o prefeito.

“Tais fatos gravíssimos […] demonstram uma possível manobra de aparelhamento da Polícia Judiciária Civil, orquestrada por um escrivão e pelo Prefeito Municipal utilizando a figura de um Delegado com o fim de ‘frear’ investigações contra este em troca de uma possível influência do alcaide em decisão judicial favorável à mencionada autoridade policial”, concluiu o relatório do Naco.

Emanuel foi afastado do cargo nessa segunda-feira (04), por determinação do desembargador Luiz Ferreira da Silva, do  TJMT, que atendeu pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que acusa Emanuel de liderar organização criminosa.

Como toda cautelar, a decisão pode sofrer mudanças para flexibilização ou até revogação.  O prefeito pode ingressar com Agravo Interno na Turma de Câmaras Criminais Reunidas do TJMT. Ele tem prazo de 15 dias para interpor recurso após intimação.



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