Administração autônoma gerenciava a região há quase 3 décadas e foi duramente atacada na última semana pelas forças militares azerbaijanas. Entenda a crise na região de Nagorno-Karabakh
O presidente da autoproclamada República Armênia de Nagorno-Karabakh, Samvel Shahramanyan, anunciou na manhã desta quinta-feira (28) que o governo autônomo será dissolvido a partir do dia 1° de janeiro de 2024.
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A região de Nagorno-Karabakh, que fica no Cáucaso, é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão. No entanto, os moradores, em maioria, se identificam como de etnia armênia, país vizinho.
Esse governo autônomo foi instituído em 1994, fruto de um movimento separatista que ganhou o apoio do governo da Armênia.
O término desta administração separatista ocorre aproximadamente uma semana após o Azerbaijão lançar uma ofensiva relâmpago bem-sucedida para retomar o controle da região montanhosa.
Nagorno-Karabakh
g1
Mais da metade da população fugiu
Um novo balanço divulgado pela agência de notícias russa RIA nesta quinta indicou que cerca de 74 mil pessoas deixaram Nagorno-Karabakh em direção à Armênia, representando mais da metade da população local estimada em 120 mil habitantes.
A fuga em massa começou na noite de domingo, e a única estrada que liga Nagorno-Karabakh à Armênia rapidamente se encheu de carros, criando um engarrafamento de horas de duração.
Nesta terça-feira (26) uma explosão em um depósito de combustíveis na região de Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão, deixou dezenas de mortos e feridos.
A explosão aconteceu enquanto motoristas faziam fila para abastecer os veículos para deixar a região, segundo testemunhas citadas pelo jornal “The New York Times”.
Refugiados armênios que fugiram da região de Nagorno-Karabakh chegam à vila fronteiriça de Kornidzor, na Armênia, no dia 27 de setembro de 2023
Irakli Gedenidze/Reuters
Armênia acusa Azerbaijão de “limpeza étnica”
Na segunda-feira (25), o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, em reunião com autoridades norte-americanas, afirmou haver em curso uma limpeza étnica contra armênios em Nagorno-Karabakh.
O governo azerbaijano negou e prometeu que vai respeitar os direitos da população etnicamente armênia e restaurar o acesso à única via que liga a região ao país vizinho, fechada dez meses atrás.
Azerbaijão prendeu ex-líder opositor
Ruben Vardanyan é escoltado por militares na cidade de Baku, no Azerbaijão, em 27 de setembro de 2023
Ministério da Defesa do Azerbaijão/via REUTERS
O governo do Azerbaijão comunicou nesta quarta-feira (27) que prendeu um ex-chefe do governo separatista enquanto ele tentava cruzar a fronteira a caminho da Armênia. Ele foi acusado por “financiar o terrorismo e cruzar ilegalmente a fronteira”.
Ruben Vardanyan foi levado pelo exército até a capital azerbaijana, Baku, onde foi entregue aos órgãos estatais para ser julgado.
Vardanyan, é um empresário bilionário que fez fortuna na Rússia. Ele era dono de um grande banco de investimento e mudou-se para Nagorno-Karabakh em 2022. Ele serviu como chefe do governo regional entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, quando renunciou ao cargo.
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