No X (antigo Twitter), o presidente colombiano, Gustavo Petro, disse que as exportações estão suspensas ‘até que o genocídio termine’. Setor vê medida com preocupação. Presidente colombiano, Gustavo Petro, durante discurso em evento no dia 9 de maio de 2023
Luisa Gonzalez/REUTERS
A Colômbia vai suspender as exportações de carvão para Israel devido à ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, anunciou neste sábado (8) o presidente Gustavo Petro, forte crítico do governo de Benjamin Netanyahu pela condução do conflito.
“Vamos suspender as exportações de carvão para Israel até que o genocídio termine”, escreveu Petro na rede social X (antigo Twitter).
A Colômbia é o principal fornecedor de carvão de Israel, com cerca de US$ 450 milhões vendidos em 2023, confirmou a embaixada israelense em Bogotá à AFP.
Petro, que já chamou o governo do primeiro-ministro Netanyahu de “genocida”, também interrompeu a compra de armas fabricadas no país do Oriente Médio.
A restrição valerá “até que sejam integralmente cumpridas as ordens de medidas provisórias emitidas pela Corte Internacional de Justiça no Processo de aplicação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza”, indica o decreto do Ministério do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia.
Segundo o governo colombiano, a medida entrará em vigor cinco dias após sua publicação no Diário Oficial e não afetará mercadorias que já possuam pedido de autorização para embarque.
Noventa por cento das exportações colombianas para Israel correspondem a produtos de mineração e energéticos, incluindo carvão, segundo a Associação Nacional de Comércio Exterior da Colômbia.
Diferente do número indicado pela embaixada israelense, o decreto do governo colombiano afirma que, entre janeiro e agosto de 2023, a Colômbia “exportou US$ 375 milhões para Israel, com uma concentração considerável no carvão”.
Destaca, além disso, que esta substância é um “recurso estratégico para a fabricação de armas, a mobilização de tropas, e a fabricação de aparatos para operações militares”.
Na quinta-feira, a Associação Colombiana de Mineração manifestou a sua preocupação com a possibilidade de suspensão das exportações e recordou o acordo comercial que o país sul-americano mantém em vigor com Israel desde 2020.
“Israel é um destino-chave para as exportações colombianas de carvão térmico”, observou a organização em comunicado, acrescentando que a proibição das exportações “coloca em risco a confiança nos mercados e o investimento estrangeiro”.
O governo de Petro alega que a suspensão das exportações é uma resposta às operações militares de Israel na Faixa de Gaza, que “representam uma transgressão de uma norma imperativa do direito internacional, que, por sua vez, faz parte do bloco de constitucionalidade colombiano”.
LEIA TAMBÉM:
Banhistas são atacados por tubarões em praias da Flórida e autoridades emitem alerta de risco
Papa convida humoristas para evento no Vaticano; Brasil terá dois representantes da comédia
Hamas diz que outros israelenses sequestrados morreram em resgate de reféns por Israel em Gaza
Israel atinge escola da ONU em bombardeio em Gaza
Israel resgata quatro reféns com vida em Gaza; uma delas é jovem filmada sendo levada em moto
Fonte