O governador Mauro Mendes (UB) rebateu seu aliado, o prefeito de Várzea Grande Kalil Baracat (MDB), que reclamou da demora do Governo do Estado em empenhar recursos para a construção do terminal rodoviário da cidade. Diante disso, Kalil buscou um financiamento de R$ 20 milhões para que pudesse “destravar” a situação.
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Na avaliação do chefe do Executivo estadual, a Cidade Industrial tem outras prioridades, como a realização de asfalto em diversos bairros. Porém, salientou que Kalil tem autonomia de escolher o melhor para a cidade, desde que com recursos do próprio município.
“Eu vejo que em Várzea Grande fazer asfalto, por exemplo, na minha opinião, é mais importante. Agora, o prefeito tem autonomia, com o dinheiro dele. Com o meu dinheiro, eu também tenho autonomia de escolher aquilo que o Estado vai apoiar […] Não estou dizendo que está fora dos planos. Estou dizendo que não houve essa definição, por enquanto”, disse Mauro Mendes.
Segundo Kalil, inicialmente, o Governo de Mato Grosso faria um aporte de R$ 7,5 milhões para o projeto e o restante do valor seria enviado por meio de emendas do senador Jayme Campos (UB), mas o Estado demorou para dar resposta sobre o recurso e o Município precisou “correr atrás”.
Mauro Mendes salientou que o Governo do Estado tem suas prioridades, sendo apenas um “ajudador” dos municípios, que já têm sido, segundo ele, atendidos de maneira espetacular com diversos convênios. Ele frisou que cada prefeito deve ter sua própria autonomia na receita.
“O Governo tem as suas prioridades. A prioridade é cumprir a nossa agenda e, na medida do possível, ajudar os municípios. Cada município tem que ter a capacidade de construir sua agenda própria de investimento e desenvolvimento e o Governo pode ajudar. Nós estamos fazendo, como nunca talvez na história de Mato Grosso, houve tanta transferência de dinheiro do Estado para os municípios fazer tantas obras em tantas áreas”, argumentou.
Por fim, ressaltou que a função do Governo é debater assuntos que abrangem toda a sociedade: “Estamos tocando com política macro. Eu não posso ficar no dia a dia negociando varejo, porque aí eu passo a querer entrar naquilo que é discricionário até do prefeito”.
Retaliação
Enquanto Kalil reclama em tom diplomático, vereadores são mais incisivos sobre o assunto. Na sessão da Câmara de Várze Grande desta terça-feira, diversos parlamentares usaram a tribuna para dizer que Mauro Mendes está retaliando o município. O motivo seria não ter aceito o traçado do BRT passando pela Couto Magalhães e Filinto Müller, atrapalhando os planos do Governo do Estado.