Frente fria, geada, calor intenso e baixa umidade

Na segunda-feira, uma frente fria continua a influenciar o clima em grande parte do país. Um canal de umidade e instabilidades, que se estende desde Rondônia, passando pelo oeste e sul do Centro-Oeste até a região Sul, deverá trazer uma grande presença de nebulosidade.

Essa condição meteorológica favorece a ocorrência de fortes instabilidades no sul de Mato Grosso do Sul e em Santa Catarina, com precipitações que podem ser pontuais e ultrapassar os 50 mm. No extremo sul do país, as temperaturas devem ser mais frias, com marcas que podem ficar abaixo dos 5°C, e há chances para formação de geadas fracas.

Por outro lado, a parcela central do Brasil deve ter um predomínio de tempo seco e temperaturas elevadas. A situação é de alerta para as lavouras entre o norte de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Bahia, onde as temperaturas podem ultrapassar os 35°C, e os índices de umidade podem ficar abaixo dos 20%.

Essa combinação de calor intenso e baixa umidade é preocupante para os produtores rurais dessas regiões, visto que as condições hídricas das lavouras de feijão e milho na Bahia vem registrando uma piora significativa no quadro. 

Veja o mapa e a previsão por região na sequência.

Região Norte
As instabilidades devem se tornar mais irregulares sobre o Amazonas, enquanto um corredor de umidade favorece a ocorrência de chuvas em todos os setores do Acre e Rondônia. No entanto, uma massa de ar seco continua a atuar sobre o sul do Pará e Tocantins, o que pode afetar adversamente a condição das lavouras nessas áreas, exigindo atenção especial dos produtores rurais. Finalmente, a metade norte do Pará, assim como Roraima e Amapá, devem registrar chuvas mais intensas.

Região Nordeste
Nesta segunda, os ventos de leste devem persistir, favorecendo a ocorrência de chuvas ao longo de quase toda a costa da região. No extremo norte, no Maranhão, são previstas as chuvas mais intensas, com volumes que podem atingir até 30 mm. No entanto, a situação é diferente no interior, onde a predominância é de tempo seco e temperaturas elevadas. Esta combinação pode contribuir para o agravamento da situação hídrica já preocupante nas regiões produtoras do sul do Piauí e Bahia. 

Região Centro-Oeste
A banda de instabilidades da frente fria manterá sua atividade no oeste e sul, gerando chuvas intensas no sul do Mato Grosso do Sul. Espera-se que os acumulados de chuva superem os 50 mm em cidades do sudoeste do estado, como Ponta Porã. A região até o sul do Mato Grosso apresentará grande variação de nebulosidade, no entanto, não há previsão de chuvas para áreas a partir do norte do Mato Grosso do Sul. Ao norte de Goiás, o calor será muito forte, com índices de umidade próximos dos 20%. Essa situação deve limitar o potencial produtivo do feijão e do milho safrinha, mas por outro lado, favorece a maturação e a colheita. 

Região Sudeste
As chuvas devem se concentrar no extremo sul de São Paulo, mas o estado como um todo terá uma presença de nebulosidade. No entanto, a metade norte de Minas Gerais deve experimentar um calor forte com marcas acima dos 35°C, especialmente em cidades produtoras do noroeste Mineiro. A umidade nesta área deve ficar abaixo dos 20%, uma condição que pode agravar a situação das lavouras locais, já debilitadas pela persistência do tempo seco. Por fim, a metade sul da região Sudeste terá temperaturas mais amenas, proporcionando um contraste com o intenso calor observado ao norte. 

Região Sul
Na segunda-feira, a atuação da frente fria manterá o tempo instável, com a faixa de chuvas ainda bastante ativa. Esperamos chuvas volumosas entre o norte do Rio Grande do Sul e Paraná, onde a atenção deve ser redobrada devido aos acumulados que podem ultrapassar os 50 mm, especialmente na região da Grande Florianópolis. No mesmo dia, uma massa de ar frio garantirá amanhecer e anoitecer com temperaturas mais baixas em diversas regiões. No Planalto e na Serra Catarinense, o tempo permanecerá fechado e a tarde será particularmente fria. Ao mesmo tempo, no extremo sul, o tempo estará mais aberto e, com as baixas temperaturas, há condições favoráveis para a formação de geadas. Destacamos que as menores temperaturas serão registradas no extremo sul do Rio Grande do Sul, onde as marcas podem cair abaixo dos 5°C. 

Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon*



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