O esquema criminoso na Previdência Social de Mato Grosso, onde dados de falsos em nome de indígenas eram inseridos no sistema para terem acesso ao benefício, foi destaque no Fantástico deste domingo (2). A fraude foi descoberta e desmantelada pela Polícia Federal nesta semana, na Operação Sangradouro.
Segundo a PF, ainda não é possível confirmar se os indígenas cujos dados foram usados faziam parte da quadrilha ou se foram usados apenas como laranjas no esquema.
Ao todo, 552 benefícios foram suspensos, e conforme as investigações, os prejuízos provocados pela fraude ultrapassam R$ 60 milhões com o pagamento de aposentadorias desde 2015. Para a PF, o esquema possuía alinhamento com a Funai de Primavera do Leste (a 140 km de Cuiabá), onde eram emitidos os registros administrativos de nascimento de indígenas.
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Em posse deste registro, era possível dar entrada em todos os demais documentos, como certidão de nascimento, CPF e benefícios como a aposentadoria, inclusive, com idade alterada. Os nomes usados era diversos e um dos que mais chamou a atenção da polícia é o do registro de um falso indígena com o nome “Zé Mané”. Zé Mané era aposentado e tinha mais de R$ 40 mil em empréstimos consignados.
O coordenador técnico da Funai em Primavera, indígena Marcos Tserenhimiru, foi preso e afastado do cargo, pois sua função era a de assinar os falsos registros para que os criminosos tivessem acesso ao benefício. O caso segue sendo apurado pela PF.