De fora do seleto grupo de ministros e ministérios tidos como “inegociáveis” na gestão do presidente Lula (PT), o chefe da pasta de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), pode ser duramente afetado, caso o Governo Federal seja obrigado a realizar negociações com o Centrão.
Sob a gestão petista, a máquina pública tem 37 pastas. Segudo informações de Bela Megale, do jornal O Globo, integrantes do Governo consideram que apenas 11 não entrariam na mesa para possíveis negociações: Desenvolvimento Social (Wellington Dias); Saúde (Nísia Trindade); Casa Civil (Rui Costa); Secretaria Geral (Márcio Macedo); Relações Institucionais (Alexandre Padilha); Secretaria de Comunicação Social (Paulo Pimenta); Fazenda (Fernando Haddad); Planejamento (Simone Tebet); Gestão e Inovação (Esther Dweck); Educação (Camilo Santana; e Justiça (Flávio Dino).
Ricardo Stuckert
Além das 11 pastas “inegociáveis”, haveria ainda um seleto grupo composto por “ministros símbolos”, que trazem uma boa imagem para a gestão e, caso fossem demitidos, afetariam diretamente o Governo, sendo eles, Marina Silva (Meio Ambiente), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).
Fávaro tem nas mãos um orçamento gigantesco, e para possíveis “novos aliados” pode ser uma chance de alavancar projetos futuros. O ministro tem sido elogiado por Lula reiteradas vezes, e se tornado alvo de ciúmes petistas. Segundo a revista Veja, servidores do Ministério da Agricultura ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) chegaram a montar um dossiê para pedir a sua saída.
No documento constam supostas irregularidades cometidas por secretários e diretores na celebração de convênios e procedimentos para transferências de terras, inclusive com suspeita de fraude na liberação de licenças para fabricação e uso de agrotóxicos.
Fávaro chegou ao cargo por ter se exposto em Mato Grosso, durante às eleições presidenciais do ano passado. Mesmo em um estado “bolsonarista”, que tinha a simpatia do agronegócio, o pessedista coordenou palanque para Lula.
Petista enxergam que o trabalho de Fávaro foi pífio, já que Lula perdeu em Mato Grosso nos dois turnos. No entanto, para o presidente, o papel foi desempenhado com maestria. Agora, a função de Fávaro é pacificar o agronegócio, uma das principais forças da economia brasileira.