Alan Lopes foi esfaqueado 99 vezes por Begoleã Mendes Fernandes, que pensava que a vítima queria ‘devorá-lo’. Justiça holandesa considerou o réu esquizofrênico e determinou internação compulsória. Begoleã Fernandes é natural de Matipó, na Zona da Mata mineira
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A irmã do brasileiro Alan Lopes, de 21 anos, morto com 99 facadas em Amsterdã, disse que a família ficou satisfeita com a sentença da Justiça holandesa, que determinou a internação compulsória do mineiro Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos. Ele matou a vítima a facadas em fevereiro de 2023.
Kamila Lopes, de 26 anos, falou ao g1 que os familiares não pretendem recorrer da decisão, desde que a defesa de Begoleã também não apresente recurso.
Além da internação por tempo indeterminado, a Justiça determinou, nesta quinta-feira (8), pagamento de indenização de 27,6 mil euros à mãe de Alan e de 17,5 mil euros ao pai.
“Ficamos satisfeitos com a sentença”, disse Kamila.
Segundo a decisão judicial, Begoleã tem esquizofrenia e sofria de transtorno mental no momento do crime. Ele foi considerado não punível em veredito proferido nesta quinta-feira (8).
Pedido do Ministério Público
A internação compulsória já tinha sido solicitada pelo Ministério Público holandês, após a perícia concluir que o brasileiro desenvolveu um delírio paranoico em relação à vítima – ele se convenceu equivocadamente de que Alan era canibal e de que pretendia matá-lo e depois comê-lo. O medo e o delírio teriam motivado o homicídio.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o crime foi planejado. No dia 26 de fevereiro de 2023, o suspeito foi a casa de Alan, em Amsterdã, e o matou a facadas.
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Kickboxer
Nos autos judiciais consta que Begoleã cresceu no Brasil e foi para Holanda no início de 2020. Ele queria começar uma carreira como kickboxer e encontrou uma academia em Amsterdã, onde treinava de quatro a cinco dias por semana.
Ainda segundo o documento, o mineiro tinha vários empregos, mas ganhava pouco e tinha dificuldade em encontrar um lugar para dormir. Alan e a mãe dele ofereceram abrigo por algum tempo.
Relembre
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Begoleã Mendes Fernandes foi detido no dia 27 de fevereiro do ano passado em um aeroporto de Lisboa, com carne na mala.
Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal, ele pretendia viajar para Belo Horizonte e apresentou um cartão de identidade italiano, além de portar outros documentos de identificação em nome de terceiros, o que levantou suspeitas.
Duas semanas depois, o mineiro de Matipó, na Zona da Mata, foi extraditado para a Holanda, onde está preso desde 13 de março.
Um jornal português chegou a divulgar que a carne carregada na mala era humana, mas a polícia holandesa confirmou que o produto tinha origem bovina.
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