Festas de Natal são canceladas em Belém, na Cisjordânia, por guerra entre Israel e Hamas

Belém, na Cisjordânia, costuma fazer grandes celebrações anuais em dezembro. Em novembro, a prefeitura anunciou que faria apenas orações, em respeito ao luto de famílias que perderam parentes nos conflitos. Belém cancela festas de Natal por causa da guerra entre Israel e Hamas
As celebrações de Natal em Belém, na Cisjordânia, foram canceladas por conta da guerra entre Israel e Hamas, que já deixou mais de 20 mil mortos.
No lugar das festas, cristãos palestinos realizaram uma vigília, onde cantaram e rezaram com velas acesas, pela paz na Faixa de Gaza.
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Belém é famosa por ser considerada o lugar em que Jesus nasceu, segundo o cristianismo, numa manjedoura dentro do estábulo de um hotel da época, porque não haviam mais quartos disponíveis para hóspedes.
Com essa crença, virou uma tradição que peregrinos viajem para a região. As celebrações natalinas costumavam ser alegres, com luzes, árvores e enfeites.
Um dos destaques da tradição natalina da região é a colocação de uma grande árvore de natal em Belém. Porém, por conta das milhares de mortes – a imensa maioria do lado dos palestinos – na Faixa de Gaza, que fica a cerca de 50 quilômetros da cidade, a decisão foi por não ter as comemorações neste ano, com o povo de luto.
O prefeito da cidade, Hanna Hanania, acendeu uma vela na Praça da Manjedoura e disse que, em 2023, o Natal vem a Belém “de forma diferente”. “Hoje Belém, como qualquer cidade palestina, está de luto. Estamos tristes”.
“Belém é uma mensagem. Não é uma cidade, é uma mensagem de paz para todo o mundo. Deste lugar sagrado, mandamos uma mensagem de paz… parem a guerra, parem o sangue a morte e a revanche”, afirmou o padre Ibrahim Faltas, um frade presente na vigília, à Reuters.
O que diz a prefeitura de Belém?
Procurada pelo g1, a prefeitura de Belém informou que cancelou as festas em respeito ao luto de famílias que perderam parentes na guerra. A Cisjordânia tem sido palco de operações de Israel e confrontos, e vinha sendo o principal ponto de conflito na região antes do ataque de Hamas a Israel, em 7 de outubro.
“Foi tomada a decisão de restringir as celebrações de Natal a rituais religiosos e de organizar eventos para transmitir a nossa forte condenação da agressão israelense contra o nosso povo palestino na Cisjordânia e em Gaza”, declarou a prefeitura, em comunicado.
Apenas orações conjuntas serão permitidas, ainda segundo a prefeitura.
Não haverá a tradicional decoração de luzes e a árvore de Natal, assim como também não será montado o grande presépio, que anualmente fica na praça da Manjedoura e atrai centenas de turistas.
Na madrugada entre os dias 24 e 25 de dezembro, a cidade costuma sediar uma grande procissão, que também foi cancelada.

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