As exportações brasileiras de arroz (base casca) no primeiro semestre de 2024 registraram queda em comparação com o mesmo período do ano anterior. As vendas externas totalizaram 556,4 mil toneladas entre janeiro e junho, gerando uma receita de US$ 219,9 milhões.
De acordo com os dados fornecidos pela Associação Brasileira da Indústria do arroz (Abiarroz), o recuo é de 31,7% em volume e de 22,1% em receita em relação ao primeiro semestre de 2023, quando foram exportadas 814,5 mil toneladas, alcançando uma receita de US$ 282,1 milhões. Apesar da retração nas exportações de arroz em casca, o Brasil registrou um aumento nas exportações de arroz beneficiado. Nos primeiros seis meses de 2024, foram exportadas 446 mil toneladas deste tipo de arroz, gerando uma receita de US$ 175,3 milhões. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 16,2% em volume e de 46% em receita, quando o país embarcou 383,7 mil toneladas, com divisas de US$ 120 milhões.
No mês de junho, as exportações de arroz em casca somaram 62,3 mil toneladas, correspondendo a uma receita de US$ 30,5 milhões. Em comparação com junho de 2023, houve uma queda de 50,1% em volume e de 34,3% em receita, quando foram embarcadas 125 mil toneladas, gerando US$ 46,4 milhões.
As exportações de arroz beneficiado em junho totalizaram 34,7 mil toneladas, com uma receita de US$ 17,5 milhões, representando uma queda de 25% em volume. Os principais destinos do produto brasileiro foram a República Dominicana, Peru, Bélgica, Trinidad e Tobago, Cuba, Guatemala, Curaçao, Panamá, Canadá e Cabo Verde.
Já as importações, no primeiro semestre de 2024, o Brasil importou 813,8 mil toneladas de arroz, com um desembolso de US$ 356,3 milhões, o que representa um aumento de 11% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior. Em junho, as importações alcançaram 108,7 mil toneladas, gerando US$ 52,4 milhões em receitas.
Impacto das enchentes
Beatriz Sartori, gerente de Exportação da Abiarroz, destacou que as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz do Brasil, prejudicaram significativamente a infraestrutura e a logística. “Estradas foram destruídas, regiões ficaram isoladas por longos períodos e houve alterações no calado do Porto de Rio Grande. Esses fatores têm impactado fortemente os resultados das exportações brasileiras, pois dificultam e encarecem a logística,” afirmou Sartori.
Além das dificuldades logísticas internas, fatores globais também têm afetado o setor. “A alta nos fretes marítimos, pressionada pelos ataques aos navios no Mar Vermelho devido à guerra entre Israel e Hamas, somada à menor disponibilidade de rotas provocada pelas enchentes, têm sido desafios adicionais para as exportações de arroz,” pontuou Sartori.