expansão da produção de cacau em São Paulo com foco em chocolate de alto valor agregado

cacau e chocolate

O cultivo do cacau no estado de São Paulo saiu da estagnação e está em pleno crescimento. Esse foi o destaque do Seminário sobre a Cultura Cacaueira, um evento técnico-científico promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizado recentemente no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/Apta).

O seminário foi coordenado pela Apta Regional e pelo Ital, órgãos da Secretaria, em conjunto com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag).

Esse evento pioneiro também é uma iniciativa do Programa Cacau SP, resultado da colaboração entre a pesquisa agropecuária e a extensão rural paulistas, simbolizados pela Apta Regional, Ital, Instituto Agronômico (IAC) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati).

Além disso, para tornar o seminário realidade, contamos com a parceria da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Bahia, o segundo maior produtor de cacau do Brasil, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021.

São Paulo e o cacau

“Várias regiões paulistas têm demandado o desenvolvimento da produção do cacau, o que estamos trabalhando já com um olhar diferenciado, levando em conta não só o histórico e o potencial da produção cacaueira, mas também a evolução de outras cadeias. O café, por exemplo, deixou de ser commodity e vem se despontando ao longo dos últimos anos por meio do fortalecimento da produção nacional de cafés especiais. E o cacau temos o mesmo olhar ”, disse durante a abertura do seminário, o diretor da APTA Regional, Daniel Gomes.

Lembrando que a junção com outras culturas ele complementa, “Tem sido uma importante frente de ação, como a cultura do látex no oeste paulista”.

seminário sobre cacau

Foto: Antonio Carriero/Ital

Temas abordados

As variedades do cacau, as tecnologias para efetividade e produtividade em cacauicultura, os sistemas Cacau Cabruca, pós-colheita do cacau, qualidade da amêndoa e processamento do chocolate foram temas das palestras e debates.

Além do pesquisador Valdecir Luccas, do Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate (Cereal Chocotec) do Ital, fizeram apresentações e tiraram dúvidas especialistas da Bahia: Milton José da Conceição, extensionista da Ceplac, Dan Eric Lobão, pesquisador da Ceplac e professor da UESC, George Andrade Sodré, docente da UESC, e Neyde Alice Bello Marques, pesquisadora da Ceplac. Participaram da abertura do evento a diretora geral do Ital, Eloísa Garcia, e o diretor presidente da Fundepag, Alvaro Duarte

A pesquisadora do Ceplac, Neyde, explica que para a verticalização do cacau é necessário ter amêndoas de qualidade para a fabricação de chocolates diferenciados com alto teor de cacau. “O produtor de cacau precisa buscar conhecimento para produzir variedades produtivas, resistentes ou tolerantes a doenças e pragas, e com sabor e aroma efetivo.”

Já o perfil do consumidor brasileiro está mudando, com a busca de produtos mais saudáveis e o chocolate com alto teor de cacau, afirma Neyde, ao completar que o Brasil sendo o 4º consumidor de chocolate no mundo, “tem a oferecer chocolates diferenciados intensos, conhecidos como “bean to bar” [da amêndoa à barra], proporcionando um alimento nutritivo”.

George Sodré considerou importante a decisão do estado de SP em desenvolver a cacauicultura. Ele destacou como se efetiva a produção e o manejo do cacaueiro. “Espero que em breve essa cultura não só ajude a formar novos produtores como, também, fomentar a cadeia de transformação de produtos da cacauicultura.”

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