Ex-secretária nega envolvimento em desvios de verbas e fala em perseguição | …

A ex-secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, prestou depoimento à Polícia Federal nessa segunda-feira (09). Ela foi um dos alvos da Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (06). A ação investiga suposto desvio de verbas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Regional de Cáceres (a 225 km de Cuiabá).

Conforme apurado pelo , Caroline prestou depoimento por videoconferência, acompanhada de seu advogado. Ela negou qualquer envolvimento no suposto esquema. A ex-secretária-adjunta também disse que é alvo de perseguição e que não tinha poder de decisão nesses casos.

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Caroline Campos Dobes Conturbia Neves

Caroline Campos já chegou a ser investigada no âmbito da Operação Espelho, por supostos crimes de formação de organização criminosa e peculato, no entanto, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) por entender que não houve comprovação de envolvimento dela no suposto esquema.

Na sexta-feira, ela foi alvo de mandado de busca e apreensão. Além de Caroline, a reportagem confirmou que Onair Nogueira, diretor do Hospital Regional de Cáceres, foi preso por agentes federais durante a ação.

A operação apura suposta fraude em licitação e associação criminosa que teriam resultado no desvio de recursos públicos do SUS. As investigações contaram com a atuação da CGU, que promoveu auditoria e apontou irregularidades em contratações realizadas para o Hospital Regional de Cáceres.

Ainda na sexta, Caroline pediu exoneração do cargo de secretária-adjunta de Unidades Especializadas da SES.

Caso

Segundo as investigações, as fraudes teriam tido início durante a pandemia da Covid-19, quando servidores públicos e agentes privados se associaram para direcionar recursos da saúde a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados.

Antes mesmo da assinatura dos contratos, a Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu parecer alertando sobre irregularidades aos servidores públicos envolvidos, mas as contratações prosseguiram normalmente.

A soma dos recursos federais destinados às empresas do grupo empresarial envolvido nas apurações totalizou cerca de R$ 55 milhões até agosto de 2024, com maior concentração no período de pandemia.

De acordo com a SES/MT, o Hospital Regional de Cáceres atua como referência para 23 municípios, atendendo uma população de aproximadamente 400 mil habitantes.



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