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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que muitos dos condenados pela invasão às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, são inocentes. Segundo ele, há um “abuso” por parte das autoridades na tentativa de “tentar calar” seus aliados.
“Hoje nós vemos colegas nossos condenados a 17 anos de prisão, muitos inocentes. E até mesmo aqueles que por ventura invadiram lá o Congresso, o que nós somos contra, mas uma condenação de 17 anos é um crime, é um abuso, é uma maneira de tentar calar todos nós”, afirmou Bolsonaro ao discursar em evento do PL em Angra dos Reis (RJ), na noite de sábado (27/1).
“Acredito em Deus, acredito que as lideranças das duas Casas em Brasília achem uma solução para isso, porque ela tem que vir de lá”, prosseguiu, em referência aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Até o momento, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou e condenou 30 pessoas envolvidas no ato de 8 de Janeiro. As penas variam de 3 anos de prisão (em regime aberto) a 17 anos de detenção (regime inicial fechado). Outros 30 indivíduos aguardam julgamento em plenário virtual, em sessão que termina no dia 5 de fevereiro.
Eleições municipais 2024
Bolsonaro tem atuado para organizar sua base para as eleições municipais de 2024. A ideia é repetir o bom desempenho que o Partido Liberal teve em 2022. Naquela eleição, foram eleitos oito senadores e 99 deputados federais.
O evento de sábado foi destinado ao lançamento da pré-candidatura a prefeito de Angra de Renato Araújo. Estavam presentes o senador Flávio Bolsonaro e os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Hélio Lopes, os três do PL do Rio.
Bolsonaro tem relação próxima com Angra dos Reis. O ex-presidente tem uma casa de veraneio na cidade, onde está, entre férias e compromissos do PL, desde o início de janeiro.
No discurso desse sábado, Bolsonaro ainda salientou que seu objetivo é plantar “bons nomes”. “Não basta nós termos apenas um bom prefeito, nós temos que ter uma Câmara Municipal também comprometida com vocês”, pontuou.
Ele ainda fez referência ao Projeto de Lei (PL) das Fake News, que tramita na Câmara para combater a disseminação de notícias falsas. “Querem nos calar. Querem aprovar uma lei lá [no Congresso] que censura a internet. Porque, na verdade, esse telefone foi o que me elegeu em 2018. E o sistema não quer mais isso”.