Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Neri Geller (PP), teria intermediado a venda de 44% do arroz importado vendido no leilão público realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na última quinta-feira (06).
Ex-deputado federal, Neri Geller é aliado próximo do atual ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro (PSD). Durante a campanha eleitoral, ambos foramum os principais apoiadores o presidente da República Lula (PT) no setor do agronegócio.
Após o leilão, Fávaro comemorou o resultado do certame como um sucesso contra a especulação no preço do arroz. Já Neri declarou que não vê irregularidades na atuação empresarial do ex-assessor.
De acordo com a informação publicada pelo Portal Globo Rural, a influência foi exercida por meio Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos, empresas criadas em maio de 2023 por Robson. Ao Portal, os envolvidos negam qualquer tipo de favorecimento no certame.
Compra do Arroz
A fim de mitigar o impacto social e econômico decorrente do desastre climático no Rio Grande do Sul e assegurar o abastecimento no país, o governo federal comprou 263,37 mil toneladas de arroz importado. Para a aquisição serão destinados pouco mais de R$ 1,3 bilhão. O volume adquirido corresponde a 87,79% do total de 300 mil toneladas ofertadas inicialmente. A compra do cereal deve permitir que os preços não subam mesmo com as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no Brasil.
Os lotes arrematados foram para os estados da Bahia, do Ceará, do Espírito Santo, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, do Paraná, de Pernambuco e de São Paulo. Já os lotes destinados para Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins não foram comercializados.
O arroz adquirido nesta quinta será entregue em três etapas, sendo que o prazo mínimo para o fornecimento do produto é de 90 dias e o máximo de 150 dias. A Conab adquire o grão de empresas brasileiras responsáveis pela importação, logo a origem do produto só será conhecida após a apresentação do Documento de Importação. A expectativa é que essa informação esteja disponível em até 15 dias após a compra.