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Rodinei Crescêncio

 Maur�cio Munhoz - nova arte - coluna s�bado - janeiro de 2023

O Brasil está enfrentando intensas ondas de calor neste final de ano, um fenômeno atribuído às mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, e as altas temperaturas não apenas afetam o ambiente, mas também representam uma séria ameaça ao bem-estar de animais e pessoas, especialmente aquelas mais vulneráveis, já que o aumento constante das temperaturas pode levar ao estresse térmico, desencadeando uma série de consequências preocupantes.

Em suma, o enfrentamento das ondas de calor e do estresse térmico requer uma abordagem integrada que envolva a conscientização pública, adaptação de práticas agrícolas e ações concretas para combater as mudanças climáticas

O estresse térmico é um fenômeno que ocorre quando o corpo não consegue dissipar o calor de maneira eficaz, levando a um aumento da temperatura corporal extremo. Para animais e pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças e aqueles com condições médicas preexistentes, o impacto é ainda mais severo. Os animais domésticos e de produção também são suscetíveis, uma vez que podem ter dificuldade em regular a temperatura corporal, levando a problemas de saúde e redução do desempenho produtivo.

Uma das consequências mais imediatas do estresse térmico é a desidratação, já que o corpo humano e animal transpira para resfriar-se, e em condições de calor extremo, essa perda de líquidos pode ser significativa, podendo levar a uma série de complicações, incluindo insolação, exaustão pelo calor e até mesmo falência de órgãos em casos extremos.

Além disso, o estresse térmico compromete o sistema imunológico, tornando tanto humanos quanto animais mais suscetíveis a doenças e infecções, como problemas respiratórios, cardiovasculares e renais, que também podem surgir devido à sobrecarga causada pelo esforço para manter a temperatura corporal adequada. Já no âmbito da produção agropecuária, o estresse térmico em animais pode resultar em perdas econômicas significativas, já que a redução na produção de leite, diminuição da taxa de crescimento em animais de corte e diminuição da fertilidade são apenas alguns dos impactos negativos que podem afetar diretamente os produtores.

Destarte, para evitar essas consequências prejudiciais do estresse térmico, são necessárias medidas proativas. Primeiramente, é crucial promover a conscientização sobre os riscos associados às altas temperaturas, educando a população e os produtores sobre os sinais de estresse térmico em animais e pessoas, o que permite uma resposta rápida e eficiente para minimizar os impactos negativos. Ademais, a adaptação das práticas agrícolas também é fundamental, como a implementação de sistemas de sombreamento para animais, a disponibilização constante de água fresca e a adequação dos horários de trabalho, que são estratégias eficazes para reduzir o estresse térmico em animais de produção.

Já no caso das pessoas, é crucial a busca por ambientes mais frescos durante os períodos de calor intenso, além do consumo adequado de líquidos. Além disso, é imperativo que as políticas públicas promovam ações de mitigação das mudanças climáticas para reduzir a frequência e intensidade das ondas de calor, e investimento em fontes de energia renovável, a proteção e reflorestamento de áreas verdes e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis são passos cruciais para enfrentar as causas subjacentes do aumento das temperaturas.

Em suma, o enfrentamento das ondas de calor e do estresse térmico requer uma abordagem integrada que envolva a conscientização pública, adaptação de práticas agrícolas e ações concretas para combater as mudanças climáticas. Somente através desses esforços coordenados podemos proteger os animais e as pessoas mais vulneráveis, preservar a saúde e o bem-estar da sociedade e promover uma relação sustentável com o meio ambiente.

Escrito com Sara Nadur Ribeiro

Maurício Munhoz Ferraz é sociólogo, atual superintendente federal de Agricultura e Pecuária no Estado de Mato Grosso, ocupou o cargo de secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso em 2022. Atuou recentemente também como consultor, diretor de pesquisas da Fecomércio-MT e professor de economia da Unemat. Tem mestrado em sociologia, é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia,  membro do projeto governança metropolitana do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada do Governo Federal (IPEA), vencedor do Prêmio Celso Furtado de economia e escreve nesta coluna com exclusividade aos sábados. E-mail: mauriciomunhozferraz@yahoo.com.br



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