Especialista afirma que amamentação após o câncer é possível: superação | …

Assessoria

Patricia Rodrigues e sua filha

Patrícia Rodrigues da Silva, 40 anos, assistida pelo MT Mamma em Cuiabá, engravidou mesmo com câncer conseguiu amamentar sua bebê

A vida da empresária Priscila Neres, de 39 anos e moradora de Chapada dos Guimarães, mudou radicalmente em 2013, quando, aos 29 anos, percebeu um caroço no seio esquerdo. Durante as festividades de fim de ano, o sinal passou despercebido, mas, em maio de 2014, incentivada por sua esteticista, Priscila procurou atendimento médico. O diagnóstico foi impactante: câncer de mama em estágio avançado.

Ela lembra emocionada: “Após o diagnóstico positivo do câncer de mama, o médico me disse: ‘O seu primeiro tratamento será tirar da sua vida tudo que não te faz feliz’. Isso me fez refletir sobre meu casamento de 11 anos e meu emprego, onde eu não era feliz.” Esse foi um momento de ruptura, mas também de renascimento para Priscila, que encontrou forças para recomeçar.

Assessoria

Mastologista Wilson Garcia

Wilson Garcia, especialista em mastologia e reconstrução mamária: reconstrução da mama é restaurador

Priscila enfrentou quimioterapia, perdeu o cabelo e precisou realizar a mastectomia total de um dos seios, mas o tratamento teve êxito, e ela pôde fazer a reconstrução mamária – um direito garantido, inclusive pelo SUS, por não ser considerada uma cirurgia estética. Após sua recuperação, conheceu o atual marido, com quem está casada há quatro anos. Aos 36 anos, engravidou de seu primeiro filho, João, e, para sua surpresa, conseguiu amamentá-lo. “Eu achei que não poderia engravidar, quanto mais amamentar. Mas quando meu filho nasceu, a enfermeira insistiu para eu tentar. Foi instantâneo e emocionante poder ser mãe e dar de mamar”, relembra. Hoje, João tem 2 anos e 4 meses, e é uma criança saudável, símbolo de sua vitória contra o câncer.

A história de Patrícia Rodrigues da Silva, 40 anos, assistida pelo MT Mamma em Cuiabá, também emociona. Aos 31 anos, ela sentiu um nódulo abaixo da axila e, após consulta médica e exames, foi diagnosticada com câncer de mama. Seu tratamento incluiu a retirada de parte do seio, mas ela adiou a reconstrução mamária. Após a cura, Patrícia ficou grávida e em 2023 após ser mãe, e, apesar de suas dúvidas, conseguiu amamentar sua filha, que hoje tem 1 ano e 8 meses. A amamentação tornou-se um momento de cura emocional para Patrícia, que, assim como Priscila, venceu o câncer e experimentou o milagre da maternidade após a doença.

Wilson Garcia, especialista em mastologia e reconstrução mamária, destaca a importância do diagnóstico precoce. “A mamografia, disponível pelo SUS, em planos de saúde e redes privadas, é essencial. O diagnóstico precoce, que detecta lesões menores que um grão de arroz, aumenta as chances de cura para até 95%. Já em estágios avançados, essa chance cai drasticamente para apenas 5%”.

Ele também esclarece que a reconstrução mamária não é um procedimento estético, mas reparador. “O objetivo é reparar os danos causados pelo câncer, restaurando a aparência das mamas e contribuindo para a autoestima da mulher. É um direito garantido, inclusive pelo SUS, para que as mamas fiquem harmoniosas. Mesmo anos após a cura, a lei assegura esse direito”. O especialista pontua que, hoje, as cirurgias são menos invasivas e preservam mais tecidos, facilitando a recuperação das pacientes.

Wilson reforça que mulheres que tiveram câncer de mama podem, sim, amamentar após o tratamento, contrariando o que muitos imaginam. Ele explica que a amamentação traz inúmeros benefícios tanto para a saúde da mãe quanto do bebê, e também pode reduzir o risco de recorrência do câncer.

O especialista também alerta para a importância de um estilo de vida saudável na prevenção de todos os tipos de câncer. “Cerca de 30% dos casos podem ser evitados com hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada e natural, prática regular de exercícios físicos e controle do consumo de álcool e cigarro. Uma dieta rica em alimentos processados aumenta o risco de câncer, e priorizar carnes brancas e evitar o sobrepeso são cuidados recomendados”.

O câncer de mama, que lidera as estatísticas entre mulheres no mundo todo, é seguido pelo câncer de colo de útero, câncer de intestino grosso (cólon e reto) e o câncer de pele. Para mulheres com histórico familiar da doença, o especialista recomenda um acompanhamento ainda mais rigoroso e exames genéticos. “Apenas de 5% a 10% dos casos de câncer são genéticos, mas o rastreamento regular e frequente é essencial para quem tem histórico familiar, pois esse grupo está em maior risco,” explica.

As histórias de Priscila e Patrícia mostram que a vida pode renascer mesmo após o câncer e que a maternidade e a amamentação são possíveis, oferecendo esperança para outras mulheres que passam pelo mesmo desafio. A vitória dessas mulheres exemplifica o poder da resiliência e a importância do acesso a tratamentos completos e inclusivos.



Fonte