Número de bebês por mulher caiu de 0,78, em 2022, para 0,72, apontaram os dados da Statistics Korea, nesta quarta-feira (28). O país projetou que a sua taxa deverá cair ainda mais em 2024, para 0,68. Desde 2018, a Coreia do Sul é o único membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com uma taxa inferior a 1
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A taxa de fertilidade da Coreia do Sul, a mais baixa do mundo, continuou em queda. O número de bebês por mulher caiu de 0,78, em 2022, para 0,72, apontaram os dados da Statistics Korea, nesta quarta-feira (28).
Os números estão abaixo dos 2,1 necessários para ter uma população estável. A justificativa é que as mulheres estão mais preocupadas com o avanço profissional e menos interessadas com o gasto financeiro que é ter um filho.
“As mulheres muitas vezes não conseguem ser promovidas porque gastam parte do tempo cuidando de crianças e não trabalhando. Tanto que precisam voltar ao escritório depois de uma licença-maternidade, [o que pode atrapalhar na carreira]”, afirmou Jung Jae-hoon, professor na Universidade Feminina de Seul.
A gerente júnior de uma fabricante coreana de laticínios Gwak Tae-hee, de 34 anos, considerou realizar um tratamento de de fertilização in vitro (FIV) no ano passado para tentar ter um filho, mas acabou se voluntariando em projetos profissionais para melhorar suas perspectivas de carreira.
“Ter um filho está na minha lista, mas há janelas para promoções e quero alcançá-las”, disse. “Trabalhar dois ou três dias por semana não leva a lugar nenhum nas empresas coreanas. Espero que não seja tarde demais quando tentar no próximo ano ou no ano seguinte [ter um filho]”.
A crise demográfica da Coreia do Sul tornou-se o principal risco para o crescimento econômico do país. Isso porque a expectativa é que população coreana caia pela metade em meio século – atualmente, são 51 milhões de habitantes.
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Desde 2018, a Coreia do Sul é o único membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com uma taxa inferior a 1, desafiando os milhares de milhões de dólares gastos pelo país para tentar inverter a tendência que levou a população a diminuir durante quatro anos consecutivos.
Antes das eleições de abril, os principais partidos políticos da Coreia do Sul prometeram projetos de habitação e empréstimos para encorajar a fertilidade.
A Coreia do Sul projetou que a sua taxa deverá cair ainda mais em 2024, para 0,68. A capital Seul, que tem os custos de habitação mais elevados do país, teve a taxa mais baixa, de 0,55, no ano passado.
Vale lembrar que ser casado é visto como um pré-requisito para ter filhos na Coreia do Sul, mas os casamentos também estão em declínio no país.
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