O empresário Andreson de Oliveira Gonçalves foi um dos alvos da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (24) e que investiga corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa e extorsão no Judiciário de Mato Grosso do Sul.
PF
Andreson havia sido citado pela revista Veja, na semana passada, como sendo lobista envolvido em um suposto esquema de sentença com advogado Roberto Zampieri no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Zampieri foi morto em dezembro do ano passado, quando saía e seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Conforme apurado pelo , os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas primeiras horas da manhã no endereço de Andreson, no condomínio de luxo Alphaville. No entanto, ele havia viajado e ninguém foi encontrado. A porta teve que ser arrombada para o cumprimento das ordens judiciais.
Operação Ultima Ratio
Segundo a assessoria da PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Campo Grande (MS), Brasília e São Paulo (SP). As ordens foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.
Conforme o jornalista César Tralli, apresentador do Jornal Hoje, cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados na operação. São eles: o presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins; Vladimir Abreu da Silva; Alexandre Aguiar Bastos; Sideni Soncini Pimentel; Marco José de Brito Rodrigues.
Também teriam sido afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MS Osmar Domingues Jeronymo e seu sobrinho, também servidor do TJ-MS, Danillo Moya Jeronymo. Ainda, conforme o jornalista, são investigados um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados e um procurador de Justiça.
Outros servidores públicos, 9 advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema, também foram alvos da operação.
O STJ determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.