Primeiro preso suspeito de participar do ataque a Confresa (a 1.145 km de Cuiabá), Paulo Sérgio Alberto de Lima disse, em depoimento à Polícia Civil de Tocantins, que a quadrilha esperava roubar de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões dos cofres da empresa Brinks. O ataque, na modalidade “Novo Cangaço” aconteceu no dia 9 de abril.
O trecho do depoimento foi divulgado pelo g1 nesta segunda (8). No vídeo, o suspeito conta que foi convidado por outro membro da quadrilha, que morreu em confronto com a Polícia Militar. “Fui convidado e caí nessa bobeira”, diz.
Em seguida, ele explica que o dinheiro seria dividido entre todos. “Exemplo, do que tivesse lá dentro, se tivesse R$ 10 milhões no caso e tivesse dez pessoas seria R$ 1 milhão para cada um. Para mim seria R$ 500 mil, no caso”, explicou.
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O homem também narra nenhum dos criminosos conseguiu pegar o dinheiro em razão de uma fumaça possivelmente expelida pelo sistema de segurança na sala do cofre. O delegado pergunta se eles haviam conseguido abrir o cofre e ele responde que sim, mas que não conseguiram pegar nada. “Não foi tirado um centavo da transportadora. Não foi tirado nada”, afirma.
Segundo o suspeito, isso aconteceu por causa da fumaça na sala. “É tipo enxofre. Você não consegue ficar perto dela. Não tem jeito. Entrou mais gente, mas ninguém conseguiu ficar perto. Tinha que sair fora. Desistiu, teve que ir embora, não conseguia pegar”. O delegado pergunta quanto esperavam ter lá dentro e ele responde: “Uns 30 milhões, 40 milhões de reais”.
O caso
Criminosos fortemente armados chegaram na cidade invadindo o quartel da Polícia Militar, fazendo disparos de arma de fogo e aterrorizando a população. Em seguida, foram até a empresa Brinks e explodiram o muro do local para roubar, sem sucesso, o dinheiro. Durante a ação, um homem foi baleado no ombro. Em vídeos, é possível ouvir o barulho de tiros ao fundo e desespero da população.
Desde então, a polícia tenta capturar entre 20 e 25 bandidos que fugiram em 6 carros. Os veículos foram abandonados e a polícia fechou o cerco por rio e por terra. Além disso, áreas portuárias são monitoradas. Até o momento, 15 suspeitos foram mortos em confronto com a Polícia e cinco foram presos, sendo dois diretamente ligados ao ataque e três envolvidos com a logística.