Elon Musk anunciou ontem à noite (29) que a Neuralink realizou o primeiro transplante de um chip cerebral e um ser humano. O bilionário explicou que a pessoa está se recuperando bem do procedimento.
“Os resultados iniciais mostram uma detecção promissora de picos de neurônios”, revelou no X (antigo Twitter).
The first human received an implant from @Neuralink yesterday and is recovering well.
Initial results show promising neuron spike detection.
— Elon Musk (@elonmusk) January 29, 2024
Em outra publicação, Musk comentou que o primeiro produto da Neuralink se chama “Telephaty”, ou “Telepatia” em português. O produto eletrônico “permite o controle do seu telefone ou computador, e através deles quase qualquer dispositivo, apenas pensando”, ressaltou o empresário.
“Os usuários iniciais serão aqueles que perderam o uso dos membros. Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um digitador rápido ou um leiloeiro. Esse é o objetivo”, escreveu.
Enables control of your phone or computer, and through them almost any device, just by thinking.
Initial users will be those who have lost the use of their limbs.
Imagine if Stephen Hawking could communicate faster than a speed typist or auctioneer. That is the goal.
— Elon Musk (@elonmusk) January 30, 2024
O chip foi inserido cirurgicamente por um robô que introduziu 64 fios da espessura de um cabelo em uma região do cérebro que controla a “intenção de movimento”, segundo a Neuralink.
Críticas à Neuralink
A empresa Neuralink recebeu a aprovação da Food and Drugs Administration (FDA) nos Estados Unidos em maio do ano passado para realizar testes dos chips cerebrais em humanos. Em 2021, a companhia havia começado os testes em macacos.
As experiências nos animais foram, inclusive, motivo de diversas críticas de instituições como o Comitê de Médicos para Medicina Responsável dos EUA. O comitê acusou a companhia de maus-tratos a animais, já que a maioria dos símios teriam morrido nos testes.
No final de 2022, a organização alegou ter recebido documentos que comprovavam o “extremo sofrimento” passado pelos macacos utilizados nos laboratórios da Neuralink entre 2017 e 2020.
Nas mais de 700 páginas dos documentos, há relatos de que apenas 7 dos 23 macacos sobreviveram aos testes feitos pela Neuralink e pela Universidade da Califórnia em Davis.
Os outros animais teriam sido sacrificados ou morrido em condições variadas — incluindo infecções não tratadas após procedimentos cirúrgicos, extremo cansaço, traumas e ferimentos que podem ter sido causados pelos próprios animais, sem conexão confirmada com os implantes.