A vereadora Edna Sampaio (PT), alvo novamente da Comissão Processante que pode resultar na perda de seu mandato, será ouvida na quinta-feira (25), às 14h, quanto à apropriação de cerca de R$ 20 mil da Verba Indenizatória destinada a sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha. O caso foi revelado com exclusividade pelo 
no ano passado, resultando em sua cassação, porém, um decisão judicial anulou o processo por decadência no prazo de julgamento – decisão que não impediu a reapresentação da denúncia.
Conforme apurado pela reportagem, a expectativa é de que a parlamentar compareça ao encontro. Na semana passada, a petista tentou suspender o depoimento de Laura e anular novamente o processo, sob a alegação da existência de ilegalidades cometidas pela Comissão Processante em sua tramitação. Laura reafirmou em seu depoimento que não tinha acesso à conta conjunta de ordenamento de despesas, versão sustentada por Edna para a “legalidade” da cobrança das transferências.
Jessé Soares
Desta vez, todo o processo das oitivas, onde são ouvidas testemunhas, tem sido fechado para a imprensa e sem trasmissão pelo YouTube. A Comissão Processante contra a petista está sob a presidência do vereador Sargento Vidal (MDB), relatoria de Eduardo Magalhães (Republicanos) e tem, como membro, Cezinha Nascimento (União Brasil). Os integrantes da primeira comissão se declararam suspeitos para julgarem o caso novamente.
A defesa sustenta que a abertura de um novo processo com o mesmo objeto já tratado no mandado de segurança, que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), fere o princípio “non bis in idem”, segundo o qual ninguém pode ser julgado mais de uma vez pelos mesmos fatos.
Vale ressaltar que, atualmente, Edna acusa o presidente da Casa, vereador Chico 2000 (PL), de ser o responsável pela reapresentação do pedido de cassação, mesmo tendo sido aprovado em plenário por 16 votos. Ambos estão em pé de guerra e troca de farpas. A petista o denunciou por violência política de gênero e alega estar tomando remédios para depressão.
O caso
Edna recebeu pelo menos R$ 20 mil, em quatro transferências de R$ 5 mil, de verba indenizatória que seriam de direito de sua então chefe de Gabinete Laura Natasha Oliveira Abreu, mas que foram transferidos pela própria assessora diretamente na conta bancária da vereadora. O seu esposo, Wiliam Sampaio, mesmo sem integrar o gabinete, tinha a função de cobrar os valores, que segundo Edna, seriam para custeio do mandato – apelido de “mandato coletivo”.
Laura respondia pela Gabinete de Edna e foi exonerada, mesmo estando gestante, o que levou a Câmara Municipal a indenizá-la em R$ 70 mil. Ela ganhava R$ 7 mil de salário e mais R$ 5 mil de VI. Mas essa verba indenizatória dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2022 foram parar na conta bancária de Edna. Com a revelação, a petista pontou que os valores eram depositados em uma conta conjunta, versão desmentida por Laura.