O vereador por Cuiabá Luiz Fernando (Republicanos) disse, na tarde desta terça-feira (22), que para ele está claro que houve atos de ilegalidade da vereadora Edna Sampaio (PT) ao recolher a verba indenizatória (VI) de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Oliveira Abreu, por meio de seu marido, William Sampaio. As oitivas que apuram suposta quebra de decoro parlamentar da petista foram iniciadas com o depoimento de Laura , pivô do caso, sem a presença de pessoas ligadas à Edna. Luiz Fernando participou da oitiva, apesar de não ser membro da Comissão de Ética.
A ex-servidora confirmou à Comissão de que devolvia o recurso integralmente para a conta de Edna e que não sabia qual a finalidade do recurso, embora fosse a única responsável legal pela verba. Para Luiz, Edna ultrapassou os limites da lei, sendo o ato passível de punição.

“Ela infringiu a lei, até o regimento interno dessa Casa, porque é muito claro. A VI é para ser gasta, sim, com o gabinete, mas é de direito do chefe de gabinete. Então, acredito que essas oitivas estarão acontecendo com outras pessoas chaves, mas essa Comissão não pode passar sem algum tipo de punição [à vereadora], para ser levada ao Plenário e votada pelos vereadores”, disse o republicano.
Ednei Rosa/Câmara de Cuiabá
Durante a oitiva, Laura relembrou que foi demitada logo após informar sobre sua gravidez, em reunião com petista, onde teria sido informada de que o gabinete e o mandato ficariam comprometidos por conta da gestação. Para o vereador, Laura foi discriminada pela gravidez, podendo ser um agravante a mais para ser analisado pela Comissão.
A ex-chefe de Gabinete teve os direitos pagos pela Câmara de Cuiabá, no valor de R$ 70 mil, que para Edna, não provocaram nenhum dano ao erário.
“Estivemos aqui nesta oitiva e saímos decepcionados e tristes, porque, em primeiro lugar, a ex-chefe de gabinete foi mandada embora por estar grávida. Ela confessou, inclusive se emocionou pelo tanto que foi discriminada dentro do gabinete da vereadora Edna Sampaio, pela sociedade e até cobrança da família”, criticou Luiz Fernando.
Desde o início do caso, Edna nega prática criminosa envolvendo o mandato ao qual classifica como “coletivo”, pontuando que possui o registro de todos os gastos da VI. Ela frisou que nunca recolheu parte do salário de qualquer servidor lotado em seu gabinete, mas que de fato, a VI era transferida para uma conta em seu nome e utilizada para o custeio do mandato.
