No último sábado (14), bilhões de pessoas em todo o mundo puderam observar o eclipse solar anular, um evento astronômico que apresentou o Sol como um grande “anel de fogo” no céu da tarde. Contudo, algumas pessoas não conseguiram assistir ao eclipse, principalmente por que estavam fora do alcance do evento; outras até visualizaram, mas apenas uma versão parcial do espetáculo.
Assim como já era esperado, o eclipse solar anular considerado raro no Brasil, durou apenas alguns minutos. Em 2021, ocorreu um evento da mesma categoria, contudo, os brasileiros não conseguiram observá-lo; agora, o próximo eclipse solar anular que poderá ser observado no Brasil ocorrerá apenas em 2027.
Por que o eclipse solar anular é tão raro?
O eclipse solar anular é considerado raro em comparação aos eclipses solares parciais e totais, pois ocorre quando a Lua está em seu ponto mais distante em relação à órbita elíptica da Terra. Assim, a Lua parece menor no céu e não é capaz de cobrir todo o Sol, criando o impressionante “anel de fogo” visualizado no último sábado.
Além disso, eles também são considerados raros por que só podem ser observados em sua totalidade em localizações geográficas específicas; por exemplo, foi possível assisti-lo no Brasil em 2023, mas só será observável novamente por aqui em fevereiro de 2027 — na ocasião, a observação será possível apenas para quem está no sul do Rio Grande do Sul.
Mas de acordo com especialistas, chegará um dia em que o eclipse anular não será mais tão raro assim. Isso irá acontecer porque o eclipse solar total do Sol não será mais uma possibilidade, pois a Lua vista da Terra será muito pequena para cobrir completamente a estrela. Por isso, é possível que a maioria dos eclipses solares visíveis sejam como esse que aconteceu no dia 14 de outubro de 2023, com o belo “anel de fogo” ao redor do Sol.
Eclipse solar anular para sempre?
Após uma série de análises a partir de dados de refletores de laser instalados na superfície da Lua, os astrônomos descobriram que a Lua está se afastando em média cerca de 3,8 centímetros por ano. Isso significa que, chegará um momento que a Lua estará tão afastada que não conseguirá cobrir todo o Sol durante os eclipses totais, deixando espaço apenas para as versões anulares.
“Consequentemente, de 620 milhões a 1.210 milhões de anos no futuro, haverá períodos durante os quais os eclipses solares totais serão alternadamente possíveis e impossíveis, até que finalmente esses totais permanecerão impossíveis para sempre”, o escritor e astrônomo belga Jean Meeus escreveu em seu livro, nomeado ‘More mathematical astronomy morsels’.
A ilustração apresenta como os planos orbitais se cruzam para resultar em eclipses solares.Fonte: Chris Vaughan
Quando a lua se afasta gradualmente, seu tamanho visível da Terra também diminuirá com o tempo e, consequentemente, será o fim dos eventos solares totais. De qualquer forma, ainda não há necessidade de preocupação; caso isso realmente ocorra, demorará pelo menos 1,21 bilhões de anos, ou seja, muitas gerações ainda poderão observar os eclipses solares totais — é claro, se os humanos não se autoexterminarem por guerras ou pela própria mudança climática.
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