Os três suspeitos de roubar e matar três motoristas por aplicativo em Várzea Grande eram amigos e se conheceram em uma praça da cidade. Quando resolveram praticar a série de latrocínios, o grupo escolheu mirar em motoristas de aplicativos devido à facilidade para atrair as vítimas. As informações foram reveladas pelos delegados Nilson Farias e Olímpio Fernandes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta terça-feira (16), durante coletiva de imprensa.
Os suspeitos – Lucas Ferreira da Silva, 20, e dois adolescentes de 15 e 17 anos – foram capturados na noite da última segunda-feira (15), em Várzea Grande. O trio foi abordado pela Polícia no Bairro Cristo Rei e confessou a autoria dos crimes. Os corpos de Elizeu Rosa Coelho, 58 anos, Márcio Rogério Carneiro, de 34 anos, e Nilson Nogueira, 42, foram encontrados desovados.
Beatriz Passos/Rdnews
Os delegados Olímpio da Cunha Fernandes Junior e Nilson Farias, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (16)
Questionado sobre o elo entre os suspeitos, o delegado Nilson explicou que eles se conheceram na rua. “São amigos, se conheceram na praça. Deixo até a dica para toda a população: cuidado com quem seu filho anda. Neste caso, tem um jovem de 15 anos, que ele informou que apenas dirigiu, mas o fato de dirigir para a prática de latrocínio faz com que ele responda pelos mesmos delitos, de forma análoga, tendo em vista que ele é menor. Não deixe seu filho fazer amizade com qualquer pessoa, porque isso pode acabar com a vida da pessoa”, revelou o delegado.
Ainda em coletiva à imprensa, Nilson explicou que o trio planejou como agiria, uma vez que escolheram motoristas por aplicativos como alvos.
“[Eles focaram em motoristas por aplicativo] pela facilidade de chamar pelo aplicativo e pelo fato de ter criado esse modus operandi. Então, como ele praticou o primeiro e deu certo, na quinta-feira, no sábado praticou mais um e deu certo, no domingo em sequência, na segunda-feira eles iriam praticar mais um”, frisou o delegado.
O delegado Olímpio da Cunha Fernandes Junior, responsável pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas, também esclareceu que havia o interesse na venda do veículo roubado.
“Além disso, eles tinham o interesse no valor aferido pela venda do veículo roubado. Existia também a finalidade econômica. Ainda está em fase de investigação se os veículos eram encomendados por alguém, mas existia a intenção econômica”, completa o delegado.
Nesta terça-feira, o suspeito Lucas Ferreira passou por audiência de custódia onde teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça.
Desaparecimentos
O primeiro motorista a desaparecer foi Elizeu, no dia 11 de abril, quando saiu para trabalhar por volta das 21h. Devido ao Fiat Uno que usava ser alugado, a esposa da vítima pediu ao dono para acionar o rastreador, encontrando o carro no bairro Novo Mundo, em Várzea Grande.
Já Nilson Nogueira, morador do CPA 3, sumiu no sábado (13) após sair para trabalhar, também em bairros várzea-grandenses. O pai da vítima procurou a Polícia Civil no domingo relatando que não conseguia falar com Nilson, que ele não tinha o hábito de dormir fora de casa e o celular estava fora de área
O desaparecimento de Márcio Rogério Carneiro, terceiro motorista de aplicativo foi confirmado, nessa segunda-feira (15), pela Polícia Civil. Ele sumiu no último domingo (14) no bairro Ponte Nova, em Várzea Grande.
De acordo com a Polícia Civil, o trio indicou onde os corpos das vítimas estavam, bem como informou a existência de uma quarta vítima, que conseguiu sobreviver à emboscada no dia 7 de abril.