Deputados petistas defendem saída antecipada de Campos Neto do Banco Central: 'Única saída'


Base aliada do governo Lula 3 pede renúncia do presidente do Banco Central e Gleisi Hoffmann (PR) acionou a Justiça para Campos Neto não se manifestar politicamente em eventos públicos. Roberto Campos Neto e Lula
Reuters/Arte g1
As falas duras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista à rádio CBN ecoaram na base aliada do governo em Brasília. Nesta terça-feira (18), Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que ele tem “lado político” e “trabalha para prejudicar o país”.
Lula afirmou acreditar que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem influência sobre o presidente do BC. E citou evento do qual Campos Neto participou em São Paulo recentemente.
“Vamos repetir o Moro? Presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que Moro fez? Paladino da justiça com rabo preso”, disse Lula.
Ao blog, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) disse que Campos Neto deve deixar o cargo. “Diante do comportamento político partidário do presidente do Banco Central, só lhe resta uma única saída: ele tomar a iniciativa e renunciar ao cargo”.
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Ex-presidente do partido, o também deputado Rui Falcão (PT-SP) avalia que a conclusão de mandato de Campos Neto em 31 de dezembro seria prejudicial à tomada de decisões econômicas.
“Ele é parcial e segura a taxa de juros indevidamente. O governo deveria aproveitar e defender a antecipação da saída dele. Ele mesmo já se propôs a antecipar. Veja o problema que vai ser criado: o mandato dele termina em 31 de dezembro, aí vem o recesso parlamentar. O nome escolhido pelo presidente para sucedê-lo tem que ser sabatinado no Senado. Fica um negócio esquisito. Se ele saísse agora daria chance de começar o ano com o novo presidente do Banco Central”, avalia.
Gleisi aciona Justiça contra Campos Neto
Nesta segunda-feira (17), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), apresentou uma ação popular na Justiça Federal do DF, na qual pede que o Poder Judiciário obrigue Campos Neto a não se manifestar politicamente em eventos públicos.
Ela apresentou a ação após Campos Neto ser homenageado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na semana passada. Na ocasião, o presidente do BC defendeu o Estado mínimo e ações em prol da previsibilidade para agentes do mercado financeiro.

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