Depois do IBGE, acionistas da Vale resistem à investida do PT pelo controle da empresa

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Depois do anúncio do petista Marcio Pochmann para o comando do IBGE, acionistas da Vale resistem agora à nova investida de petistas para indicar o presidente da mineradora. A Vale é uma empesa privada, com capital diluído na Bolsa, mas que tem alguns controladores principais.
Ouvidos pelo blog, alguns desses acionistas são contra interromper o mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, que vence em maio de 2024.
O nome citado por petistas para comandar a mineradora é o do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, inabilitado para funções públicas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Só que, hoje, o governo não tem o poder sozinho para bancar a indicação de Mantega, classificado como um “nome muito ruim” por não ser do setor e levar ao risco de uma intervenção política na mineradora.
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Um acionista disse ao blog acreditar que, na verdade, o nome de Mantega é um “bode na sala” jogado pelo PT e Palácio do Planalto.
Diante da quase unânime resistência ao ex-ministro da Fazenda, a avaliação é que o Palácio do Planalto apresentaria, então, um outro nome para substituir Eduardo Bartolomeo.
“Aí, os acionistas poderiam dizer ao Planalto, esse é melhor, tudo bem”, disse reservadamente ao blog um representante de acionistas.
Controle acionário
Atualmente, a influência direta do governo na empresa vem de uma golden share, uma ação especial. A União não tem mais participação acionária direta na empresa, mas com essa golden share, tem o direito a veto em algumas decisões da mineradora.
Os principais acionistas são a Previ (8,6%), Cosan (cerca de 5%), as gestoras de recursos americanas Capital World Investors (6,68%) e Black Rock (6,33%), além do Bradespar (3,64%) e a japonesa Mitsui (5,99%).
A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, é outro canal de influência da União na mineradora. Com o governo Lula, petistas voltaram a controlar o fundo dos funcionários do BB, com a nomeação de João Fukunaga, que participa do Conselho de Administração da Vale.
Seria um voto garantido para a indicação de um nome de confiança do Palácio do Planalto para presidir a empresa. Lula teria de conseguir o apoio da Cosan, do empresário Rubens Ometo, do Bradesco, com quem tem boa relação, e da japonesa Mitsui, pelo menos.
Dentro do Congresso, o presidente conta com o apoio não só de petistas para ter influência direta na vida da Vale.
Partidos da base aliada, como MDB e União Brasil, também têm interesse no comando da empresa, principalmente políticos de estados onde a mineradora tem forte atuação, como Pará e Minas Gerais.

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