A vereadora Michelly Alencar (União Brasil) e o presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), avaliaram que o depoimento da colega de Parlamento, Edna Sampaio (PT), foi sem objetividade e deixou muitas lacunas que não foram explicadas. A petista é investigada pelo recolhimento da Verba Indenizatória de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu.
De acordo com Michelly, foi uma oportunidade para Edna dar a sua versão dos fatos, mas ela preferiu seguir na mesma linha de defesa, alegando ser vítima de perseguição e deixando de prestar declarações e quanto ao teor do processo ao qual responde por suposta quebra de decoro parlamentar, deixando apontamentos sem explicação.
“A vereadora teve total liberdade para esclarecer os fatos e a linha de defesa dela seguiu [a mesma]. E assim, a gente só sente que algumas perguntas não foram respondidas. Vários questionamentos. Eles tiveram muitas declarações e a repostas não foram dadas, nada objetivo […] Tem bastante para explicar, não ficou claro em muitas questões”, avaliou.
Rodinei Crescêncio/RDNews
Durante a oitiva, Michelly pediu que Edna explicasse sobre as contas bancárias que recebiam os valores, questionando a razão da existência de duas contas, uma vez que o “mandato coletivo” – como defende a petista – possuiria apenas uma conta. Edna alegou que Laura teria feito o repasse para uma conta “errada”.
Na avaliação do presidente da Comissão, a oitiva confirmou apenas que a prática de repasses para a conta conjunta segue sendo feita, enquanto que quanto ao caso objetivamente apurado, Edna pouco contribuiu.
“Foi uma palavra muito aberta, não houve objetividade nas respostas e não deu para contribuir. A única coisa que a gente teve certeza é que ela confirma que continua a prática da coletividade, de ter uma conta conjunta e de que tem que ser feita essa transferência. Essa é a única certeza que a gente sabe, e para a gente já é o suficiente”, endossou.
O caso
A acusação envolvendo a vereadora foi noticiada com exclusividade pelo portal , que divulgou prints de conversas e comprovantes de transferências bancárias que mostram que Laura transferiu, durante os quatro meses que ficou no cargo, a VI no valor de R$ 5 mil para uma conta corrente que pertence à vereadora e que era administrado pelo esposo dela, Willian Sampaio, que não é servidor do gabinete.
Em sua oitiva, Laura negou que tivesse acesso aos gastos reais, mas disse que fazia o relatório de atividades das ações em que os valores teriam sido empregados.
Mesmo com o caso vindo à tona, a prática continuou sendo feita, conforme revelou a atual chefe de gabinete, Neusa Batista Pinto, que já transferiu mais de R$ 40 mil para uma conta conjunta desde que assumiu a vaga de Laura, em janeiro deste ano.