O advogado Luiz Felipe Moura Salomão Dantas, que faz a defesa do adolescente de 15 anos, apreendido por suposto envolvimento na morte de três motoristas de aplicativo em Várzea Grande, pediu para que o processo tramite na Justiça em segredo. A defesa alega que os autos estão disponíveis na íntegra no, inclusive o depoimento, em que o menor e os outros dois envolvidos confessar o crime.
PJC
Em petição nessa sexta-feira, o profissional afirma que, em rápida consulta ao sistema PJE a integridade do depoimento do menor está disponível. “Com aparição de seu rosto, voz e imposição de algemas durante toda a oitiva. Além disso, consta nos autos documentos com os depoimentos, dados pessoais e demais informações protegidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”, diz trecho.
“O aludido processo não está sob segredo de justiça, estando em nível público e com vazamentos constantes de dados para a imprensa, situação que viola a Constituição da República do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem as disposições de Tratados Internacionais de Direitos Humanos dos quais o Estado brasileiro é signatário”, argumenta.
O advogado pede a imediata decretação de segredo de justiça aos autos e também pede que o Ministério Público de Mato Grosso apure a responsabilidade pela violação do sigilo processual resguardado a criança e adolescente.
Prisões
Análise de imagens de câmeras de segurança, entre outras diligências realizadas pela DHPP, possibilitaram a identificação de três suspeitos que foram vistos próximos do carro da primeira vítima, no bairro Cristo Rei.
Eles estavam com as mesmas roupas em que apareceram nas imagens das câmeras. Ao serem abordados, perto da UPA do Cristo Rei, o trio confessou os crimes e apontou onde estavam os corpos de duas vítimas.
Os três foram interrogados e autuados em flagrante pelos crimes e atos infracionais análogos, respectivamente, a roubo majorado pelo concurso de pessoas, por restringir a liberdade das vítimas, grave ameaça com emprego de arma branca e resultado em morte em decorrência da violência, bem como ocultação de cadáver das vítimas. O adulto responderá ainda por corrupção de menores.
Desaparecimentos
O primeiro motorista a desaparecer foi Elizeu, no dia 11 de abril, quando saiu para trabalhar por volta das 21h. Devido ao Fiat Uno que usava ser alugado, a esposa da vítima pediu ao dono para acionar o rastreador, encontrando o carro no bairro Novo Mundo, em Várzea Grande.
Já Nilson Nogueira, morador do CPA 3, sumiu no sábado (13) após sair para trabalhar, também em bairros várzea-grandenses. O pai da vítima procurou a Polícia Civil no domingo relatando que não conseguia falar com Nilson, que ele não tinha o hábito de dormir fora de casa e o celular estava fora de área.
O desaparecimento de Márcio Rogério Carneiro, terceiro motorista de aplicativo foi confirmado nessa segunda-feira (15), pela Polícia Civil. Ele sumiu no último domingo (14) no bairro Ponte Nova, em Várzea Grande.
De acordo com a Polícia Civil, o trio indicou onde os corpos das vítimas estavam, bem como informou a existência de uma quarta vítima, que conseguiu sobreviver à emboscada no dia 7 de abril.