Defensora dos monoculares e amiga de Michelle, Amália sonhava ser mãe | …

A deputada federal Amália Barros, que morreu na madrugada deste domingo (12), aos 39 anos, lutava pela visibilidade das pessoas monoculares e era fundadora do Instituto que leva seu nome. A entidade  prestava assistência social e humanitária às pessoas com deficiência sensorial monocular.

Na vida pessoal, sonha em ser mãe. Descobriu o nódulo no pâncreas, que resultou na sua morte, fazendo exames para fertilização in vitro. 

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Am�lia Barros - Partido Liberal

Amália também era vice-presidente nacional do PL Mulher, que tem como presidente a sua madrinha política, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Juntas, viajam o Brasil incentivando mais mulheres a entrar para a política.

Nascida no dia 22 de março de 1985 em Mogi Mirim (SP), Amália perdeu a visão do olho esquerdo aos 20 anos, devido a toxoplasmose, infecção causada por um parasita. Após passar por 15 cirurgias, precisou remover o olho e usar uma prótese ocular. 

Apesar de ser paulista, iniciu a carreira política em Mato Grosso. Era casada com o pecuarista Thiago Boava, de Campo Novo do Parecis, cidade ontem tinha seu domicílio eleitoral.

Sua história inspirou a Lei nº 14.126/2021, sancionada no governo de Jair Bolsonaro, que classifica a visão monocular como deficiência sensorial, a lei que tendo ficado conhecida, inclusive, como Lei Amália Barros. 

Após perder um rim e um olho, Amália lançou o livro ‘Se Enxerga’, onde contou sua trajetória de vida, quando “dormiu enxergando e acordou cega”. Ela sempre gostou de usar a frase: “Sem um olho, sem um rim, mas completa”. Em 2021 fundou o Instituto Amália Barros ,que realiza campanhas de doação de prótese ocular e lente escleral à pessoas carentes, além de prestar informação e assistência aos monoculares. Desde então, ela adotou como sua marca registrada o gesto de cobrir o olho esquerdo com a mão.

Amália era formada em jornalismo e exercia mandato de  deputada federal por Mato Grosso desde 2023, eleita por 70,9 mil votos. Em primeiro mandato legislativo federal, era presidente da Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência e assumiu as Comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD), de Comunicação (CCOM) e a Comissão Externa de Intervenção na Saúde Pública do Município de Cuiabá (MT).

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Morte

Amália estava internada desde 1º de maio em estado grave no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, mesmo hospital que recebeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última segunda-feira (06). Lá ela foi submetida a uma cirurgia para retirada de um nódulo no pâncreas e teve complicações. Diante do quadro foi submetida a outros procedimentos cirúrgicos e passou pela sétima cirurgia nesse sábado (11), dessa vez para tratar complicações no fígado. Na madrugada deste domingo, não sobreviveu. Deputada federal de primeiro mandato, Amália era muito próxima do ex-presidente da República  Jair Bolsonaro e da esposa dele Michele Bolsonaro.

O sepultamento será realizado nesta segunda-feira (13), às 10h, em sua cidade natal, Mogi Mirim (SP), mesmo local em que o pai foi enterrado, o empresário e ex-vereador Albino Bino Peres de Barros, que faleceu em dezembro do ano passado, aos 72 anos.



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