Dados sobre cachorros de Milei são protegidos por limites de acesso à informação na Argentina


Procuradoria respondeu que os dados são ‘de natureza privada e familiar’ e ‘não têm relevância pública’. Imprensa argentina queria saber se presidente usou recursos públicos para cuidar dos cães. Javier Milei em 5 de junho de 2024
Agustin Marcarian/Reuters
Um decreto da Justiça da Argentina estabeleceu limites para os requerimentos de acesso à informação pública sobre a “vida privada” do presidente Javier Milei. Isso inclui qualquer dado referente aos cachorros dele. As informações foram divulgadas pela imprensa local, nesta quinta-feira (25).
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O decreto da Procuradoria do Tesouro Nacional foi dado em resposta a uma solicitação de informação pública a respeito dos gastos para a manutenção dos cães. O presidente considera os pets como parte da família e os chama de “filhos de quatro patas”.
Os cachorros, quatro Mastins Ingleses que Milei mandou clonar de outro cão falecido anos atrás, moram em canis individuais na residência presidencial de Olivos. O imóvel fica na periferia norte de Buenos Aires
O próprio porta-voz do presidente, Manuel Adorni, se recusou em várias ocasiões a responder a perguntas da imprensa em relação aos cachorros de Milei ao considerá-los “parte de sua intimidade”.
Segundo o jornal Página12, depois de reiteradas tentativas de obter dados sobre os animais, amparados pela Lei de Acesso à Informação Pública, a Procuradoria respondeu que os dados são “de natureza privada e familiar” e “não têm relevância pública”.
“O regime de informações públicas não pode ser transformado por meio de um exercício abusivo do direito em um instrumento para canalizar a simples curiosidade dos cidadãos”, alegou o órgão.
Os pedidos de informação, detalhou o organismo, requeriam dados sobre o número de cães, a raça, os gastos com cuidados e manutenção e a origem dos fundos usados para pagar as obras realizadas para abrigá-los na residência presidencial.
A procuradoria esclareceu, entretanto, que as despesas com os cuidados dos cães presidenciais “não foram pagas com fundos do Tesouro Nacional”.
Tudo relacionado aos cães do mandatário é uma questão delicada para a Presidência, sobretudo quantos são e se o presidente realmente considera que seu primeiro cão, “Conan” — que morreu em 2017 e do qual ele clonou os outros — está vivo.
Em março deste ano, durante entrevista à CNN, Milei observou que sua rotina diária começa com uma saudação aos seus cães.
“Vou ver meus filhinhos de quatro patas, é minha forma de relaxar”, disse ele. E acrescentou: “Eles são cinco: Conan, Murray, Milton, Robert e Murray, há cinco canis”.
“Se o presidente diz que há cinco cães, há cinco cães”, disse o porta-voz Adorni em resposta a um jornalista.
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