CPI dos Atos Golpistas abre sessão para ouvir Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro


Militar deverá ser questionado sobre conteúdo com teor golpista encontrado no celular dele. Cid foi autorizado a ficar em silêncio para não produzir prova contra si. Mauro Cid chega para depor à CPI dos Atos Golpistas
TV Globo/Reprodução
A CPI dos Atos Golpistas abriu pouco antes das 9h30 desta terça-feira (11) a sessão destinada a ouvir o depoimento do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O militar chegou ao Congresso pouco antes das 9h para o depoimento, fardado e escoltado. O momento foi registrado pelo repórter cinematográfico da TV Globo Diogo André.
Braço direito de Bolsonaro na Presidência da República, Cid deverá ser questionado pelos parlamentares sobre o conteúdo encontrado no celular dele com teor golpista – o material foi encontrado após uma operação da Polícia Federal que levou à prisão de Mauro Cid.
Havia no celular de Cid, por exemplo, um documento com instruções para que as Forças Armadas agissem.
PF encontra mensagens e documentos que revelam roteiro para golpe de estado em celular do tenente coronel Mauro Cid
O depoimento do militar à CPI deveria ter acontecido na semana passada, mas, como a Câmara dos Deputados decidiu dedicar a agenda da semana a projetos da área econômica, a sessão foi adiada para esta semana.
Direito de ficar em silêncio
Os requerimentos que levaram Mauro Cid a prestar o depoimento desta terça-feira o colocaram tanto na condição de testemunha quanto na condição de investigado.
Há diferença nessas duas condições porque:
se for como testemunha: é obrigado a responder a todos os questionamentos;
se for como investigado: pode ficar em silêncio para não produzir prova contra si.
Diante disso, a defesa do militar pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não fosse obrigado a comparecer à comissão.
Ao analisar o pedido, a ministra Cármen Lúcia decidiu que Cid tem a obrigação de comparecer à CPI, mas pode ficar calado para não se autoincriminar.
Prisão de Cid
Mauro Cid está preso por ser suspeito de ter fraudado o cartão de vacinas do então presidente da República para que Bolsonaro pudesse entrar nos Estados Unidos informando ter se vacinado contra a Covid.
Bolsonaro sempre disse que não havia se vacinado, mas consta do cartão de vacinas dele a imunização contra a Covid. E Cid é suspeito de ter atuado para fraudar o sistema do Ministério da Saúde.

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