*Por Carolina Gouvêa.
No mundo das agências de content experience, nada é mais importante do que a experiência do cliente. Muito se fala sobre atendimento e serviços serem customer centric, ou seja, centrados no consumidor, focando nas pessoas do outro lado para conseguir um bom relacionamento.
Mas e internamente? Será que todas as agências olham para o lado de dentro da mesma maneira?
Uma cultura people centric, voltada realmente para pessoas, não se traduz apenas na relação com o mundo exterior, mas principalmente na equipe e no modo como os diferentes setores da agência lidam com questões humanas.
Quando falamos especificamente sobre diversidade e sobre a comunidade LGBTQIAPN+, essa maneira de atuar faz uma diferença gigantesca. O ambiente de trabalho, local onde a maioria das pessoas passa boa parte do tempo e para onde se dedicam diariamente, pode ser agradável ou ser a razão para sentimentos péssimos de exclusão e silenciamento. Quem faz parte de minorias sociais sabe disso muito bem.
Afinal, o ambiente de trabalho nada mais é do que uma microssociedade. A convivência deve ser pacífica e respeitosa para que todos prosperem. A única maneira de realmente promover esses valores é através da inclusão, da empatia e da escuta ativa, que juntas podem construir um espaço verdadeiramente diverso.
Diversidade e inclusão no ambiente de trabalho fortalece a cultura corporativa, além de trazer engajamento e soluções de problemas diversos.
Quando falo sobre verdade, não é da boca para fora. Não se trata apenas de postar frases bonitas e pintar um logo de arco-íris em junho. Ser realmente diverso e inclusivo significa se esforçar para garantir que toda pessoa na agência se sinta à vontade para ser quem é, sem amarras, sem armários.
Além de ser uma abordagem humana, esse empenho por parte da agência leva a inúmeros benefícios. A presença de pessoas plurais no ambiente traz diversidade cognitiva, ou seja, diferentes formas de pensar, pontos de vista, histórias e visões de mundo. O enriquecimento de pensamentos, principalmente em um âmbito de tanta criatividade como é o caso das agências, é fenomenal.
Os ganhos são imensuráveis, tanto individualmente quanto para o time. Diversidade significa inovação, pertencimento, responsabilidade, engajamento. Significa que todos vão aprender a conviver da melhor maneira e levarão isso para suas vidas inteiras.
É claro que chegar nesse patamar envolve um forte trabalho de transformação em alguns casos. É preciso olhar para a causa LGBTQIAPN+ por vários ângulos, desde a seleção e contratação até os variados departamentos em que essas pessoas vão atuar. Os valores de inclusão e respeito precisam estar permeados por todo o negócio.
Diversidade e inclusão no ambiente empresarial.
E de fato, liderar equipes diversas pode trazer novos desafios, visto que as maneiras de pensar e trabalhar serão também diversas. É necessário um bom acompanhamento e uma estrutura preparada para lidar com as diferentes demandas, para que todos realmente se sintam pertencentes e, mais do que isso, únicos e respeitados por sua individualidade.
Os resultados, como já ficou claro, são sempre muito positivos. Uma agência que faz essa transformação só tem a ganhar. Melhor do que isso, só nascendo já com a diversidade no DNA — algo que felizmente posso afirmar que sei como é. É extremamente gratificante ter muitos desses caminhos encurtados, quando a cultura e a essência permitem uma inclusão orgânica.
Felizmente, como sociedade, acredito que não estamos mais em um momento de pensar se esse tipo de abordagem organizacional vai acontecer, porque a resposta é que sim, já está acontecendo. O momento é entender como vai acontecer. E essa é uma das conversas mais importantes do mundo corporativo, em junho e em todos os outros meses.
****
*Carolina Gouvêa é sócia e head de Gestão de Pessoas na EAÍ!? Content Experience, agência de live marketing focada em content experience e em inovações na realização de eventos, campanhas de incentivo, promoções, premiações e as mais diversas ativações de brand experience