Um comerciante e proprietário de um supermercado no Bairro Nazaré, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, foi morto nesta terça-feira, 14, mesmo dia que uma onda de violência passou a atingir o estado. De acordo com as imagens das câmeras de segurança, a vítima foi baleada por dois homens após reagir à ação de criminosos. A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte informou à Jovem Pan que a Polícia Civil investiga se a ação dos criminosos teria alguma relação com os ataques e deu mais detalhes do caso: “Houve uma tentativa de assalto a um supermercado e realmente o proprietário esboçou uma reação. Essa é a informação que a gente recebeu. Reagiu, foi baleado, socorrido, teria sofrido um infarto no meio do percurso para o hospital e infelizmente não resistiu. Morreu em razão da reação do assalto. Mas se esse assalto é aquilo que a gente considera uma ocorrência do dia a dia, ou se é uma ocorrência planejada em razão desses ataques de uma ordem ou facção, essa resposta a gente não tem como associar agora porque está sendo investigado”.
Pelo menos 24 cidades foram atingidas por incêndios e depredações em prédios públicos, comércios e veículos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, até o momento, 30 suspeitos já foram detidos. Entre os presos, há um adolescente, três foragidos da Justiça recapturados, um tornozelado preso com arma de fogo, um tornozelado detido com galão de gasolina e um ferido que foi encaminhado a uma unidade de saúde. As forças de segurança, que contam com o apoio de 200 agentes da Força Nacional, apreenderam sete armas de fogo, um simulacro, 30 artefatos explosivos, oito galões de gasolina, cinco motos, dois carros, além de dinheiro, drogas e munições. De acordo com um comunicado do secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, Francisco Araújo, as ordens para os ataques de vandalismo foram motivadas por exigências de presidiários da Penitenciária de Alcaçuz. Os presos barganham benefícios como aparelhos de televisão e visitas íntimas.
“Segundo as investigações preliminares, conta-se que algumas lideranças de organizações criminosas estão reclamando com o tratamento que é dado dentro do sistema prisional. O sistema prisional do Rio Grande do Norte é um sistema que está controlado dentro dos presídios e muitas dessas pessoas querem benefícios. A lei de execução penal está sendo cumprida no Rio Grande do Norte, então o que for a mais não está dentro do ordenamento jurídico”, informou o secretário em um vídeo enviado à Jovem Pan.