Com ajuda de rebeldes islâmicos, EUA tentam encontrar jornalista desaparecido na Síria há 12 anos


Austin Tice, correspondente da CNN, sumiu no início da guerra da Síria. Washington enviou representante ao país após queda de Bashar al-Assad. Rebeldes localizaram cidadão dos EUA nesta quinta, mas TV diz ser outro norte-americano. Pais do jornalista norte-americano Austin Tice, desaparecido na Síria, falam em entrevista coletiva após a queda de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024.
Jacquelyn Martin/ AP
Os Estados Unidos aproveitaram a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria para tentar procurar um jornalista norte-americano desaparecido há 12 anos.
Austin Tice, correspondente da CNN, sumiu quando fazia uma reportagem em Damasco em 2012, um ano após o início da guerra da Síria. A família suspeita que ele foi preso e estava encarcelado até agora, quando rebeldes invadiram os presídios da capital síria e libertaram centenas de pessoas.
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Washington mandou esta semana para Beirute, no Líbano, seu enviado para assuntos de reféns, Roger Carstens, para tentar localizar Tice. E outras autoridades norte-americanas estão na Síria em busca do jornalista, segundo o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Na terça (10), o governo dos EUA chegou a pedir ajuda dos rebeldes do HTS, grupo que conquistou Damasco, para encontrar o jornalista.
Nesta quinta-feira (12), as esperanças aumentaram quando rebeldes afirmaram ter encontrado um homem que disse ser dos EUA caminhando descalço em Damasco. Horas depois, no entanto, a rede norte-americana de TV disse se tratar de outro cidadão norte-americano, identificado como Travis Timmerman, que afirmou ter sido preso na capital síria há seis meses.
A uma TV local, Timmerman disse ter sido libertado da prisão por rebeldes, que fizeram contato com autoridades dos EUA para que ele seja repatriado.
“Esta é uma prioridade máxima para nós: encontrar Austin Tice, localizar a prisão onde ele pode estar detido, tirá-lo de lá e levá-lo para casa em segurança para sua família”, disse Sullivan. “Estamos conversando com os turcos e outros com as pessoas que estão em campo na Síria para dizer: ‘Ajude-nos com isso. Ajude-nos a levar Austin Tice para casa’.”
Ex-fuzileiro naval dos EUA e jornalista freelancer, Tice tinha 31 anos quando foi sequestrado em agosto de 2012 enquanto fazia uma reportagem em Damasco sobre a revolta contra o presidente sírio Bashar al-Assad, deposto pelos rebeldes sírios que tomaram a capital Damasco no último domingo. A Síria negou que ele estivesse preso.
Assad fugiu para a Rússia após uma guerra civil de 13 anos e mais de cinco décadas de governo autocrático da sua família.
Os Estados Unidos receberam informações de uma fonte libanesa que disse ter visto Tice vivo e que acreditava que o grupo que o mantinha preso era ligado ao Hezbollah, de acordo com uma ex-autoridade dos EUA com conhecimento das informações.
O presidente norte-americano, Joe Biden, disse no domingo que o governo dos EUA acredita que Tice está vivo. Ele encarregou sua equipe de “fazer o que fosse preciso para trazer Tice de volta para casa”.
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