CNA pede a governo ações emergenciais de crédito para socorro a pecuaristas

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao Ministério da Agricultura medidas emergenciais em socorro aos pecuaristas, em virtude da queda brusca de preços do leite e do boi, informou a entidade em nota. Entre as ações, todas voltadas a crédito, a CNA reivindica a criação de linhas emergenciais de crédito rural e a prorrogação de operações de custeio e investimento de operações de financiamento para pecuaristas prejudicados pela queda das cotações.

“Tais medidas são necessárias para a manutenção da produção de proteínas animais no campo, com vistas a garantir a geração de empregos e divisas no país, evitando a saída de produtores da atividade e a possibilidade de desabastecimento desses alimentos no médio e no longo prazo”, afirmou a entidade no ofício.

O documento assinado pelo presidente da CNA, João Martins, foi endereçado ao ministro da Agricultura, Carlos Favaro. Nele, Martins justifica o pedido em virtude das “quedas abruptas que vêm ocorrendo no mercado das proteínas animais”. Segundo a CNA, as cotações da arroba do boi gordo apresentam recuo expressivo em 2023, como, por exemplo, a queda de 34,1% do preço do boi gordo em São Paulo em um ano, na base setembro. “A corrosão das margens do setor fica evidenciada ao verificarmos a queda de 41,3% no período, retornando aos patamares de 2020”, disse Martins no ofício.

Em relação ao leite, a CNA afirma que o setor sofre impacto de elevadas importações do produto, que somam 1,42 bilhão de litros de janeiro a agosto deste ano. “O valor do leite recebido pelo produtor retraiu cerca de 27% nos últimos 12 meses, ao passo em que os desembolsos reduziram apenas 7,4% no período, corroendo as margens de um setor composto majoritariamente por pequenos e médios produtores”, afirmou a CNA.

A CNA também pede a criação pelo governo de uma linha de crédito de capital de giro para produtores que não queiram comercializar o produto no cenário de preços baixos e aumento do prazo de reembolso da contratação de crédito de custeio pecuário com recursos obrigatórios direcionados para retenção de matrizes bovinas. Ouro pleito da entidade é a prorrogação das operações contratadas entre 1º de janeiro de 2021 e 1º de setembro de 2023 para produtores que comprovarem a dificuldade temporária para reembolso do crédito em virtude da queda dos preços ou dificuldades de comercialização. Ainda no âmbito de crédito, a CNA sugere ao governo a concessão de novos prazos para o reembolso dos créditos de custeio com recursos controlados, inclusive os dos fundos constitucionais, contratados de 1º de setembro de 2023 a 1º de janeiro de 2025 e a autorização de renegociação para as operações de crédito rural contratadas e vencidas entre 1º de janeiro de 2021 e 1º de setembro de 2023.

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