Cidade perdida e discoporto atraem amantes do “ufoturismo” para Barra | …

Barra do Garças (a 516 km de Cuiabá), conhecida pelo misticismo, pelo primeiro discoporto do mundo e por ter um Dia do ET, irá sediar Congresso de Ufologia e Parapsicologia, nesta semana, para discutir sobre os mistérios e enigmas que permeiam o assunto. O evento deve movimentar o turismo na cidade conhecida pelos mistérios que envolvem a Serra do Roncador. O município tem sido cada vez mais visitado por amantes da ufologia e da parapsicologia.

Barra do Garças é conhecida por ter construído um discoporto em 1996 para receber naves extraterrestres e também pela lendária figura do coronel Percy Fawcett. O arqueólogo e explorador inglês chegou em 1925 em Mato Grosso em busca da “Cidade Perdida Z” e desapareceu.

“Há uma grande curiosidade das pessoas por temas relacionados ao misterioso, ao intrigante. Mato Grosso tem um rico repertório de acontecimentos ufológicos. Foi o primeiro estado do país a publicar objetos voadores não identificados, em 26 de novembro de 1946 na Gazeta Oficial Império do Brasil, quando Augusto Leverger, o famoso Barão do Melgaço, viu um objeto incandescente, que se dividiu em três no céu. Ele descreveu todos os detalhes e isso saiu na imprensa oficial”, aponta o presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (Ampup), Ataíde Ferreira.

De lá para cá, relatos sobre óvnis são constantes no município de 61 mil habitantes e, apesar de nunca terem sido comprovados, há relatos de pessoas abduzidas e outras histórias lendárias. De acordo com Ataíde, essas histórias milenares foram passadas por povos indígenas que vivem na região.

Segundo o profissional, essa procura pelos mistérios tem enaltecido o ufoturismo, termo que está se tornando conhecido mundialmente. “Além disso, Mato Grosso tem o primeiro ponto turístico com a temática de discoporto. Barra do Garças recebe anualmente centenas de turistas querendo conhecer a atração”, afirma.

A secretária de Turismo de Barra do Garças, Jéssika Hirata, ressalta que o discoporto é um dos principais pontos procurados e que o município tem atraído cada vez mais pessoas interessadas pela ufologia. Por isso, o turismo na região é aquecido nesta época do ano.

“Fizemos inclusive uma roda de conversa com guias e condutores para que saibam contar e valorizar as histórias sobre o misticismo da cidade e da Serra do Roncador. É uma forma de atrair turistas e estudiosos. A ufologia atrai turistas para Barra do Garças durante todo o ano, mas nessa época, quando acontece o congresso, é quando mais pessoas decidem vir até nós”, explica.

Operadores de turismo da cidade vão comercializar pacotes aos participantes no domingo (25) pela manhã, seja para conhecer melhor Barra do Garças ou realizar trilhas pela Serra do Roncador.

“O evento vai movimentar o turismo na cidade, tem participantes de seis estados. Barra do Garças e Chapada dos Guimarães são destinos que atraem esse turista que busca experiências extrassensoriais e fenômenos sobrenaturais e científicos”, destacou a superintendente de Política do Turismo, Maria Leticia Arruda de Morais.

Serra do Roncador e a Cidade Perdida Z

A Serra do Roncador é conhecida pela forte energia espiritual e natureza exuberante e foi nela que dizem ter desaparecido, em 1925, o coronel britânico Percy Fawcett, que estava em busca de uma civilização perdida.

Uma das palestrantes do congresso é, inclusive, a jornalista italiana Margherita Detomas, sobrinha-neta de Percy. Em sua obra, ela aponta de maneira cronológica os relatos e elementos biográficos que sustentam teorias sobre uma civilização antiga e mística que vivia na região. Para a escritora, o sumiço intrigante de Fawcett ajudou a construir a imagem de Barra do Garças como um portal para a cidade perdida e, consequentemente, um farol para ufólogos e pesquisadores.  “Ele acreditava que nesta região podia ter algo misterioso a ser pesquisado e sua visão da arqueologia era científica e intuitiva ao mesmo tempo”, disse.

O discoporto

Com tantas histórias sobre objetos não identificados na cidade, o então vereador Valdon Varjão propôs a criação do discoporto em 1996. O projeto era uma estratégia para legitimar os relatos de moradores e atrair turistas. Local foi inaugurado em 1997, em uma área do Parque Estadual da Serra Azul, que possui cachoeiras e serras, na mesma região da Serra do Roncador.

No local foi feita uma réplica de um disco voador, além de uma pintura de uma reprodução de um extraterrestre e um painel com um objeto voador e um ET, no qual há um espaço para as pessoas tirarem foto. Segundo a prefeitura, não foram utilizados recursos públicos, pois os itens que compõem o lugar foram concedidos por Varjão.

No ano passado, o local recebeu um investimento de mais de R$ 40 mil e foi ampliado. O acesso ao parque também está sendo reestruturado.

Dia do ET

O incentivo ao turismo ufológico em Barra do Garças levou o município a sancionar uma lei em 2015 que criou o Dia do ET. A data é comemorada em todo segundo domingo de julho.

O congresso

 O II Congresso Mato-grossense de Ufologia e Parapsicologia será realizado de 23 a 25 de junho. Idealizado pela Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (Ampup), o encontro tem apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Prefeitura de Barra do Garças.

O evento será gratuito e realizado no anfiteatro Fernando Peres de Farias, em Barra do Garças. A exceção é a Vigília Ufológica, das 22h30 às 1h30, no dia 24 de junho. O evento externo terá custo de R$ 75 com direito a translado, acomodação, alimentação e acesso a telescópios e lunetas.

Os três dias de evento vão abordar 13 temas, como o “Ufoturismo: encantos e mistérios de Mato Grosso” ministrado pelo presidente da AMPUP, Ataíde Ferreira; “Tentativas da ciência em explicar os discos voadores”; “Experiência fora do corpo e contato com extraterrestres”; “Cidade Invisível e os mistérios do Coronel Fawcett”, por Margherita Detomas.