O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Chico 2000 (PL), subiu o tom ao responder as acusações feitas pela vereadora Edna Sampaio (PT), de que ele teria cometido abuso de poder e perseguição em processo de cassação contra o seu mandato. Chico desafiou a petista a provar que ele tenha pedido voto para os vereadores e disse que não irá admitir qualquer tipo de desrespeito.
Fotos: Jessé Soares
“Quando a senhora atribui de forma irresponsável, inconsequente, responsabilidade ao presidente desta Casa sobre o processo que se instaurou contra a senhora e por outros dois que foram protocolados nesta Casa, a senhora está sendo injusta, incoerente e desrespeitosa, e desrespeito aqui eu não vou aceitar, nem da senhora e nem de ninguém. Seja o vereador do sexo masculino ou do sexo feminino. Desrespeito não cabe a ninguém aqui e eu não vou admitir. Se a senhora acha que com a sua fala de vitimismo vai me calar, ou vai me intimidar, a senhora está enganada. Eu vou seguir à risca o Regimento Interno desta Casa”, disse Chico no plenário.
A resposta do presidente foi após Edna usar o pequeno expediente para criticar o parlamentar e dizer que sofre micro e macro violências dentro do Parlamento por parte dos vereadores e também do presidente. A vereadora também criticou o fato da Casa ter aceitado um novos pedidos de investigação contra ela.
“Esta Casa, lamentavelmente, depois que o vereador Chico assumiu a presidência, virou um palco de todo tipo de situações que me constrangem profundamente. Eu não sei exatamente o que o vereador Chico tem contra mim. Eu já estive no gabinete dele para relatar a violência cotidianas que eu sofro nesse plenário. Inclusive eu chorei de indignação dos fatos que me causaram no ano passado e o presidente, ao invés de assumir uma postura de defesa e do bom trato entre os pares, conforme estabelece o regimento, foi ele mesmo a assumir uma postura preceptoria contra mim. Não só de me calar, cortar meu microfone, me mandar calar a boca, dizer que eu não tinha direito de resposta, mas também conduzir um processo ilegal contra mim que o próprio juiz Agamenon chamou de abusivo”, declarou.
Na última terça-feira (27), a Câmara recebeu duas novas denúncias contra Edna pelo recolhimento da Verba Indenizatória (VI)de sua ex-chefe de gabinete no de 2022 para “custeio do mandato”.
As novas denúncias afiram que as acusações contra Edna são gravíssimas e não podem ficar impunes. Além de citar o recolhimento da VI, constam ainda a demissão da ex-chefe de gabinete, que à época, estava grávida, obrigando a Câmara a pagar R$ 70 mil em direitos trabalhistas.
O pedido de abertura de um novo processo de cassação contra o mandato da vereadora foi lido na reunião Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
Após a leitura, Rodrigo encaminhou o pedido ao presidente para que seja deliberado e lido em plenário em sessão ordinária. A composição de uma Comissão Processante deve ser sorteada no Plenário da Câmara.
Essa é a segunda vez que Edna é denunciada por se apropriar de, ao menos, R$ 20 mil de Verba Indenizatória da ex-chefe de gabinete, Laura Abreu. O caso foi divulgado com exclusividade pelo Portal .
A vereadora chegou a ser cassada pelo plenário da Câmara, mas retornou ao cargo por meio de um mandado de segurança, concedido pelo juiz Agamenon Alcântara Moreno, que reconheceu pedido da defesa que apontava decadência de prazo, cerceamento de defesa, atropelamento do rito processual e vícios na condução do Processo Administrativo Disciplinar (PAD). O magistrado, no entanto, não julgou o mérito da ação e não impediu a reapresentação da denúncia.