O governador Mauro Mendes (União Brasil) citou a “Lei da Semeadura” para alfinetar o desafeto político, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), afastado do cargo nesta segunda-feira (4) por suposto envolvimento em uma organização criminosa. A decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), acatou a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE).
Crítico ferrenho da gestão de Emanuel à frente do Alencastro, tendo por muitas vezes citado as operações policiais que tiveram a Prefeitura da capital como alvo durante a gestão do emedebista, o chefe do Executivo estadual foi mais sucinto ao comentar a nova determinação judicial – sem deixar de alfinetar o adversário.
“Eu tomei conhecimento pela imprensa agora, por volta de 12h, quando surgiram as notícias. Eu não sei detalhes, mas eu volto a dizer, todos nós colhemos aquilo que plantamos”, disse.
Thaís Fávaro
De acordo com a denúncia do MPE, à qual o teve acesso, o esquema descoberto no âmbito da Operação Capistrum contava com a participação do assessor executivo da secretaria municipal de Governo, Gilmar de Souza Cardoso, do ex-secretário municipal de Saúde, Célio Rodrigues, e do ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, Milton Corrêa Costa. Todos ligados diretamente ao prefeito Emanuel.
Na avaliação de Mauro, a Justiça pode até tardar, mas não falha. Sendo assim, reforça ver com naturalidade desdebobramentos de ações que culminaram com o primeiro afastamento do emedebista em 2021, pelo mesmo motivo de hoje, um suposto esquema na Saúde.
“Se ele está sofrendo alguns desdobramentos de ações ou omissões que aconteceram e na vida é assim, [a responsabilização pode vir] tarde, mas a justiça não falha”, reforçou.
Pedido do MPE
O MPE apontou o prefeito como chefe da organização criminosa que desviou recursos na Saúde da Capital. A denúncia aponta um rombo de R$ 350 milhões de débitos com fornecedores e com o não recolhimento de impostos dos servidores públicos.
Manifestação da Prefeitura
A Secretaria Municipal de Comunicação informou que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, ainda não foi notificado quanto à decisão do TJMT divulgada nesta segunda-feira (4) pelos veículos de comunicação. Reforçou, ainda, que qualquer manifestação será realizada pelos canais oficiais da Prefeitura Municipal de Cuiabá.