Brasil vai entregar novas metas ambientais do Acordo de Paris na COP 29, diz governo

País tem até fevereiro de 2025 para divulgar as novas metas de redução de emissões. Ao anunciar conclusão, governo não detalhou quais são as novas metas percentuais. O governo federal anunciou nesta sexta-feira (8) que concluiu o desenho das novas metas da Contribuição Nacional Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil para o Acordo do Clima de Paris.
As NDCs são planos de ação de cada país que assinaram o acordo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e ajudar a manter o aquecimento global abaixo de 2 °C.
De acordo com o governo, os novos compromissos do Brasil no Acordo de Paris serão entregues às Nações Unidas pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
Alckmin chefiará a delegação brasileira na Conferência do Clima (COP 29) em Baku, no Azerbaijão. O evento começa na próxima segunda (11) e vai até dia 22 – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará.
O Brasil sediará a edição seguinte da COP, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA).
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Governo ainda não divulgou metas
Ao anunciar que as metas serão apresentadas na COP 29, o governo brasileiro não divulgou os novos percentuais exatos de redução de emissões.
Segundo o Palácio do Planalto, os compromissos são de 13% a 29% mais “ambiciosos” que a contribuição prevista anteriormente, na meta para 2030.
O número exato, no entanto, não foi divulgado.
Já para 2035, o governo brasileiro promete “reduzir suas emissões líquidas de gases de efeito estufa de 59% a 67%”.
As comparações do Acordo de Paris levam em conta, sempre, os níveis de emissão verificados em 2005.
A nova NDC, segundo o governo:
abrange todos os setores da economia;
está alinhada ao objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento médio do planeta a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial, conforme Balanço Global acordado na COP28, em Dubai, em 2023.
O governo federal afirma que os novos compromissos do país permitirão ao Brasil avançar rumo à neutralidade climática até 2050, objetivo de longo prazo do compromisso climático.
Números ‘desalinhados’, diz Observatório do Clima
Em nota divulgada logo após o governo anunciar a entrega das novas metas, o Observatório do Clima afirmou que os números já conhecidos estão “desalinhados com a contribuição justa do Brasil para a estabilização do aquecimento global em 1,5 °C”.
“Também estão desalinhados com os diversos compromissos públicos já adotados pelo governo, bem como com a promessa do Presidente da República de zerar o desmatamento no país – em conjunto, essas políticas levariam a uma emissão líquida menor que 650 milhões de toneladas em 2035.”
Ainda segundo o Observatório do Clima, o material divulgado até aqui não explica como serão tratados temas como o desmatamento e a expansão dos combustíveis fósseis.
“Uma análise completa será feita pelo Observatório do Clima quando o governo brasileiro der transparência ao documento da NDC, como convém a um país que se pretende líder do processo multilateral de combate à crise climática”, finaliza a entidade.

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