De acordo com o ministro da Fazenda, sistema bancário brasileiro possui estrutura robusta para enfrentar crises externas com folga para diminuição da Selic
Mesmo com a queda global da taxa de juros e a quebra do banco norte-americano Silicon Valley Bank (SVB), Brasil ainda possui espaço para reduzir a Selic, declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, 13. Ele pontuou que o Banco Central tem reconhecido as iniciativas do governo para controlar o juros e que, se a nova gestão conseguir harmonizar a política fiscal e monetária, o país enfrentará com tranquilidade os cenários adversos no exterior. “Eu diria que há pouco espaço para aumento da taxa de juros no mundo e que tem uma ‘gordura’ no Brasil que permite a nós, tomando as providências que estão sendo tomadas e que vêm sendo reconhecidas pelo Banco Central nas atas que divulga, um espaço que o mundo não tem [para reduzir o juros]”, ponderou. O ministro afirmou que o país conta com um sistema bancário robusto e capacitado para cumprir acordos internacionais sem dificuldades. Haddad relembrou a crise financeira que assolou o mundo em 2008 e como o Brasil foi capaz de enfrentar o período com certa tranquilidade. “Se a gente harmonizar a política fiscal e monetária, conseguimos ancorar e navegar em mares internacionais revoltos, porque a nossa condição, na minha opinião, garante isso”, complementou. Durante participação no evento ‘E agora Brasil?’, sobre os desafios econômicos do país, ele observou que a inflação está comportada e que debates sobre o tema devem ser feitos de maneira técnica. Ele também criticou o uso de anos fechados para trabalhar o ano fiscal por acreditar que o modelo limita o espaço do Banco Central para manejar situações de crise.