O fanatismo bolsonarista e a sede de poder político de algumas lideranças de Sinop são tantos que criaram um cenário constrangedor para o ex-presidente que irá visitar o município no próximo dia 17.
Na mesma semana em que o prefeito Roberto Dorner se filiou ao PL, figuras como a ex-prefeita Rosana Martinelli, o vice-prefeito Dalton Martini e a empresária Mirtes Grotta, que também havia aderido ao partido, pediram apoio de parlamentares liberais para, juntos, tentar tirar Dorner da legenda.
Acuado numa videochamada com participação de quatro pessoas, Jair Bolsonaro chegou a dizer que não tinha compromisso de apoio fechado com Dorner e que queria Mirtes do seu lado quando estiver em Sinop. Depois, foi convencido por Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, a declarar apoio à reeleição do prefeito, que lidera as intenções de voto com ampla vantagem.
Mirtes, então, foi para o Partido Novo. Mesmo fora do PL, por onde esteve filiada por menos de uma semana, ela quer aparecer ao lado do capitão. Resta saber como será a postura de Bolsonaro, que detém boa popularidade no Estado, especialmente no Nortão.
A briga pelo poder em Sinop entre bolsonaristas não é à toa. Chamado de capital do Nortão, o município deu a Bolsonaro no pleito de 2022 nada menos que 72,16% dos votos no primeiro turno (58.474 votos) e 76,95% (65.216) no segundo.